Mar 31 2025
The Freewheelin' Bob Dylan
Bob Dylan
Ok, comfy, mas ainda nao me desce muito folk
2
Apr 01 2025
Graceland
Paul Simon
3/5
Muito agradável. Tenho ele em LP e é a versao que recomendo, facinho de achar e sempre bem baratinho. A pegada sul-africana tem seus momentos que fica um pouco cartunesca, mas as faixas mais tradicionais são maravilhosas.
Também preciso dar créditos a história fascinante por trás da produção do disco, história essa que é inclusa na contracapa da edição de vinil. Toda a controversia por trás definitamente adiciona muita coisa a experiencia do album.
Minhas favoritas: You Can Call Me Al, Diamonds On The Sole of Her Shoes e Graceland.
3
Apr 02 2025
Rust Never Sleeps
Neil Young & Crazy Horse
O lado acustico não me prendeu totalmente, mas o lado eletrico me pegou forte. fortissimo. da pra perceber a influencia que esse album teve em varias bandas dos anos 90. foda demais !
3.5/5
3
Apr 03 2025
Rage Against The Machine
Rage Against The Machine
Baixo absurdamente saboroso, que tom tesudo que o baixista usou nesse disco PQP
Musicalmente eu curti, mas liricamente e tematicamente eu acho meio vergonhoso kkkkkkk. Pra epoca, ok, mas hoje em dia até o nome da banda eu acho tosco.
Importante mencionar que não gosto de Metal, e passei da minha fase de Rap, então um album de Rap Metal dificilmente me agradaria mas... Gostei de varios grooves (que nem eu disse no começo, o baixo é esplendido) e gostei de varios riffs e solos também. Não mudaram minha vida, mas são agradaveis o suficiente pra mim.
E que porra é essa duração? Sinceramente, o album poderia terminar em Wake Up, as faixas que vêm depois dela são entediantes e até mesmo irritantes.
2.5/5
2
Apr 04 2025
Hail To the Thief
Radiohead
Começar dizendo que Radiohead é minha segunda banda favorita. Mas esse disco é meu segundo menos favorito, na frente apenas de Pablo Honey. Sim, chocante ! Como posso rankear o disco com 2+2=5, MYXOMATOSIS (A melhor!!), Where I End and You Begin, There There, I Will, Wolf At The Door, entre outras pedradas, tão baixo?!
É simples na real. Na minha visão, esse album e Pablo Honey são os ÚNICOS discos do Radiohead com musicas que considero inconsequentes, fillers, digamos assim. E esse pensamento foi ecoado pelos próprios membros da banda em futuras entrevistas.
Mas entenda, até um dos meus albuns menos favoritos do Radiohead ainda seria o melhor album da discografia de muitas bandas por aí, os caras são bons nesse nível. Se esse album tivesse só algumas faixas cortadas ele facilmente estaria no top 5 da banda. Uma pena! Ele faz uma ponte deliciosa entre os dois lados opositores do Radiohead, eletronico e guitarresco...
Essa ponte existe não só na tracklist, mas dentro da própria composição das faixas. Eles repetiriam isso novamente no In Rainbows alguns anos depois, e aquele sim é um album que eu considero perfeito! (Mesmo assim não é meu favorito deles, rsrsrs)
Então pro HTTT, vou deixar um 4/5. As músicas boas fazem parte do creme de la creme da banda, mas as fillers tankam a nota. Falta coesão ! Ainda o amo, mas não chega perto de ser o melhor que a banda entregou. Quais musicas eu tiraria? 1- Backdrifts 2-We Suck Young Blood 3-The Gloaming 4-Go to Sleep. Assim, o album ficaria com 10 faixas e com 40 minutos quase redondinhos, na minha opinião, uma duração perfeita !!
"Just 'cause you feel it... Doesn't mean it's there..."
4/5
4
Apr 05 2025
Fear Of Music
Talking Heads
Te amo Talking Heads, te amo Brian Eno! Meu terceiro disco favorito da banda, integrando parte da triplice entente junto de Remain in Light e Speaking in Tongues (Lembrando que esses 3 foram lançados em sequencia, que absurdo!). Não acho esse disco melhor que os dois que mencionei, mas sem ele, os outros dois não existiriam. Quando você ouve a discografia da banda em ordem cronológica voce percebe o salto IMENSO que esse disco deu !
Se você fica parado ouvindo faixas como Cities, Air ou Life During Wartime, pode se enterrar porque tu ja morreu xD... E no mesmo album com essas pedradas dançantes voce tem tambem faixas como Memories Can't Wait, Mind ou Drugs que chegam a te paralizar... David Byrne é um mestre em evocar emoções fortes, nesse disco ele brinca bastante com medos e ansiedades e angustias e inseguranças e arrrrrrrrrrrrrrrr Heaven is a place... a place where nothing .... nothing ever happens : - )
Não sei explicar, mas esse album, e outros do Talking Heads, conseguem borrar a linha entre experimental e acessivel de uma forma magistral. Eu amo as texturas, cada detalhe, cada ritmo não-ortodoxo... Banda brilhante.
Meu primeiro 5/5, e é sinistro pensar que esse não chega nem perto dos picos dos MELHORES albuns do Talking Heads. Que banda ein!!!! A definição de 5 estrelas, na minha opinião. Não vejo sequer uma falha, album consistente do começo ao fim! Lindo.
5
Apr 06 2025
Le Tigre
Le Tigre
Interessante, não sei mais o que dizer. Uma mistureba de varios estilos e influências. Curtinho, faz o tempo passar rápido. Poderia ser bem pior. Curti a baixa fidelidade de tudo, especialmente os vocais e os elementos eletrônicos. Salvei basicamente todas as músicas.
Curti demais a "Dude Yr So Crazy!!"... Uma das melhores musicas que descobri ate agora através desse projeto.
Aprecio demais que elas não se escondem atras de uma camada covarde de ironia ou sarcasmo. O álbum inteiro parece ser bem sincero.
3/5
3
Apr 07 2025
Figure 8
Elliott Smith
Não manjo muito de Elliott Smith, só tinha ouvido Either/Or algumas vezes (E gostei bastante), então fui ouvir esse album com a mente aberta e de forma despretensiosa, mas com uma expectativa bem especifica.
Essa expectativa foi totalmente quebrada quando percebi a diferença no estilo de produção desse disco comparado ao que eu conhecia. Os momentos mais intimos e sensiveis ainda existem aqui, mas eles são só uma parte do que esse album oferece. Musicas como L.A., Son of Sam, Everything Means Nothing To Me, entre outras, me surpreenderam muito pois eu não conhecia esse lado do Elliott. Bom demais. Preciso ouvir o resto dos discos dele qualquer hora dessas.
Em alguns momentos desse album eu juro que ele invocou o John Lennon do nada. Vejo muita semelhança tanto no estilo vocal quanto lirico deles. Só achei que o album poderia ser um pouco mais curto. Fora isso, dificil apontar algum defeito.
4.5/5
4
Apr 08 2025
Innervisions
Stevie Wonder
Não deu nem tempo de pensar, cara. Dei play no album, imediatamente entrei em transe. A primeira nota. PQP. Stevie Wonder.
De acordo com os créditos, ele tocou TODOS os instrumentos em 7 das 9 faixas do album. Dispensa comentários.
Alma analógica.
5/5
5
Apr 09 2025
At Budokan
Cheap Trick
Gostei da história que acompanha o disco, de como a banda Cheap Trick teve seu próprio momento de "Beatlemania", só que no Japão. Achei interessante e nunca tinha ouvido disso antes.
Fora isso, esse álbum é a DEFINIÇÃO de Boomer-Rock. Isso não é uma ofensa. Melhor ser boomer-rock do que rock-bunda (tipo guns n' roses ou aerosmith). Tem algumas que eu já conhecia, sem nem saber que conhecia! Hits classicos mesmo.
Mas fora os grandes hits, não senti nada demais pro resto das faixas. Tudo bom, mas nada super memoravel.
3/5
3
Apr 10 2025
Shaft
Isaac Hayes
Acho que ouvi esse disco nas condições perfeitas. Tinha acabado de chegar em casa, cansado depois de um dia de trabalho de 10 horas. Dei play no album, tirei o tênis, me servi um copo de uisque, e deitei no sofá ouvindo e olhando pro teto. Os grooves entraram por cada poro do meu corpo, e me infectaram completamente. Antes de terminar o lado 1 do disco eu ja estava flutuando.
O album é duplo e tem mais de 1 hora, mas ele faz o tempo passar em instantes. Sonoridade extremamente agradável.
Um disco soul que rejuvenesce o espirito e acalma a alma
3.5/5
3
Apr 11 2025
Risque
CHIC
Essa banda é muito boa. Gosto de todos os elementos. O baixo é saboroso (a linha de Good Times é uma das melhores ja feitas), a guitarra é otima, os vocais, tudo perfeito !
Mas sei la, bem dificil avaliar esse disco. Ele abre com Good Times. Muito dificil. As outras faixas não me prenderam totalmente. São grooves agradaveis, não da pra ficar parado ouvindo, elas servem seus propósitos perfeitamente bem... Mas o que falta pra eu dar 5 estrelas pra esse álbum é replayability. Não consigo me imaginar colocando esse album pra ouvir de forma espontanea. Apenas a faixa Good Times !
Por isso, acho justo um 3/5.
3
Apr 12 2025
Elvis Presley
Elvis Presley
Histórico.
Diga o que quiser sobre Elvis, o talento do cara é inegável. Apropriação aquilo, tensão racial isso, ok ok, mas ouve a voz dele bicho. Absurdo. Album de estreia, maluco com 19 anos de idade, com toda essa energia e vigor. Abaixa o punho e escuta o som.
Viciante.
4/5
4
Apr 13 2025
Ritual De Lo Habitual
Jane's Addiction
Bom. Prefiro a segunda metade dele comparado a primeira. Poderia ser um pouco mais curto também. Salvei todas as músicas e não vejo a hora de pegar o outro álbum deles da lista.
4/5
4
Apr 14 2025
A Seat at the Table
Solange
As musicas sao gostosas, apesar de serem bem one-note, mas pqp, os interludes DESTROEM esse disco!!! Cara, dez minutos de interlude, é necessário mesmo? "Ah, mas eles que solidificam o posicionamento da Solange sobre coisa x e y". Fodase mano. Escreve seu posicionamento no encarte do album, poe nas liner notes, sei la. Dez minutos cara. Se fosse um album coeso com umas ~12 faixas ele seria muito bom, facilmente 4/5 ou até 5/5.
A voz dela é bem gostosinha, e os instrumentais são bem feitos. Mas o album inteiro parece que fica sempre na mesmisse. Falta variedade, tanto sonica quanto lirica. É bem background music mesmo, Riachuelo-Core. Playlist-Filler. Mas inofensivo!
Curti as musicas, de verdade. Mas a experiencia de ouvir esse album é simplesmente frustrante. Entre os DEZ MINUTOS de interlude e a mesmisse e monotonia musical... E a ultima coisa que quero sentir ao ouvir musica é frustração.
1/5
1
Apr 15 2025
Band On The Run
Paul McCartney and Wings
Sem palavras! Foi o primeiro album pós-Beatles que ouvi (Curiosamente, o que me fez ouvi-lo foi o remix da faixa titular no "Everyday Chemistry"... Alguem lembra dessa pira?!). Me pegou muito naquele tempo, e me pega muito até hoje. Quando rankeei a discografia inteira do Beatles e das carreiras solo dos quatro integrantes, Band On The Run foi o unico disco que ficou acima de alguns albuns do Beatles (With The Beatles, Let It Be, Help!, A Hard Day's Night, Beatles for Sale, Please Please Me e Yellow Submarine).
O Paul McCartney realmente INVOCOU o espirito Beatleniano em todas as faixas, e na composição desse disco. Toda vez que ouço esse album, eu imagino um mundo onde os Beatles nunca se separaram, e eles lançaram esse disco juntos em 1973. É facil imaginar a capa dele só que com o Ringo, John e George (e provavelmente a Yoko também, sejamos honestos). É facil imaginar a harmonia maravilhosa que eles fariam em Bluebird, os solos mirabolantes que o George faria em Jet, os Riffs abrasivos que o John tocaria em Let Me Roll It, as letras causticas do John em Mrs. Vanderbilt, a percussão e o refrão "bebado" do Ringo em Picasso's Last Words, a espiritualidade e alma do George em Mamunia... Enfim, esse disco inteiro, de cabo a rabo, é extremamente Beatles, e não foi a toa. Paul era induvidavelmente o coração e alma da banda, e depois da resposta mediana aos dois primeiros discos do Wings, ele decidiu despejar toda essa alma nesse disco, e o resultado é simplesmente BRILHANTE, IMPECÁVEL, PERFEITO !
E hoje, ao re-ouvir esse album em LP, lembrei dos momentos que vivenciei no show do Paul ano passado em São Paulo. As memórias ouvindo Band on the Run e Jet ao vivo ficarão pra sempre comigo.
Agora, uma teoria da conspiração: Esse site sempre te dá os melhores albuns nas segundas-feiras, não é? Segunda passada foi o Innervisions do Stevie Wonder e agora esse?! Não tão nem escondendo.
5/5
10/10
Etc.
5
Apr 16 2025
Tragic Songs of Life
The Louvin Brothers
Tinha acabado de ouvir um album mórbido e macabro do Swans (por conta própria). Assim que terminei, abri o site e vi esse disco. Tragic Songs of Life. Bora.
Entendo muito pouco de música Country, mas sei que as clássicas assim são as que eu gosto. É um genero que eu tenho um respeito imenso. Todo meu conhecimento do gênero vem da K-Rose, do GTA San Andreas... Ah, e do album 12 Golden Country Greats da banda Ween xD
Enfim, achei o disco decentemente agradável. Teve momentos que eu comecei a viajar e desviar minha atenção, e eu precisava conscientemente focar na música. A harmonia dos caras é legal, as vozes são viciantes até, e as letras são bem interessantes (Fiquei boquiaberto ouvindo "Katie Dear" e "Knoxville Girl"...) 12 musicas que passam voando.
2/5
2
Apr 17 2025
Revolver
Beatles
Meu primeiro disco do Beatles dessa lista e, apropriadamente, também o primeiro disco deles que ouvi inteiramente na minha vida. Minha história com Beatles é longa, mas vou resumir: Por volta dos meus 8 anos de idade tive meu primeiro contato com a banda, através do filme Yellow Submarine, que assisti com meu irmão mais velho. Uma história que guardo com muito carinho e que escrevi detalhadamente na minha review do filme no Letterboxd. Para o interesse dessa review aqui, é importante notar que uma das primeiras cenas do filme inclui a faixa “Eleanor Rigby”, do Revolver, (e que cena maravilhosa ein, pqp, https://www.youtube.com/watch?v=HuS5NuXRb5Y) e foi nessa faixa que eu fiquei instantaneamente mesmerizado e viciado. Passei a infância toda absolutamente vidrado nessa canção, e em algumas outras dos Beatles. Ao atingir a adolescência eu comecei o hábito de ouvir álbuns inteiros, e obviamente, fui ouvir o álbum que deu origem ao meu crack juvenil, Revolver.
Hoje, 15 anos depois, já me aprofundei tremendamente em toda a discografia da banda e todo tipo de informação que pude encontrar deles. Já rankeei toda sua discografia e a discografia solo dos quatro membros e, além disso, rankeei individualmente cada música deles (209 canções, aqui vai o link para a playlist que montei contendo todas as músicas em ordem decrescente da favorita pra menos favorita https://open.spotify.com/playlist/3RsvOxaH0v2Yh9o7GGG9Gi?si=eyZgwJoKTe6vs9a-PJet5A)
E depois desse longo prefácio, o que tenho a dizer a respeito desse disco? Prefiro o Rubber Soul! Brincadeiras à parte, tenho esse álbum como meu quinto favorito da banda. Não o vejo como absolutamente perfeito e impecável como alguns outros trabalhos da banda (Rubber Soul e Abbey Road). O lado 1 é maravilhoso, mas o lado 2 deixa um pouco a desejar pra mim. Particularmente, não ligo muito pra canção “Good Day Sunshine” ou “Got To Get You Into My Life”. Não escondo o fato que sou fanboy do John, mas até ele chegou a pecar um pouco nesse disco com “Doctor Robert". Essas três músicas são ótimas, mas pra mim, que vejo cada disco principal da banda como um manto sagrado, “ótimo” não é o suficiente.
O que mais faz falta nesse disco são as duas faixas que eles lançaram no mesmo período como singles, “Rain” e "Paperback Writer". Ok, todo mundo pensa a mesma coisa, mas não deixa de ser verdade! “Rain”, particularmente, é uma das melhores canções da banda e muita gente nem a conhece porque ela nunca esteve em um LP. Sim, era uma política da banda na época de não incluir faixas dos compactos nos álbuns para não fazer o ouvinte comprar a mesma música duas vezes. Gesto bondoso, mas em retrospectiva, esse gesto acaba nos roubando de “Rain” em Revolver e “Strawberry Fields Forever” em Sgt. Pepper’s, duas músicas que elevariam drasticamente o patamar de seus respectivos discos.
Mas, na realidade, tudo isso sou eu tentando achar pelo em ovo. Beatles tem discos perfeitos, esse infelizmente não é um deles. Mas eu ainda tenho um carinho infinito por esse álbum e por tudo que ele significou e significa pra mim. Ouvi minha cópia do álbum em LP pra escrever essa review, e enquanto o ouvia, nenhuma dessas imperfeições pareciam importar. Revolver é simplesmente Revolver. Mesmo que você não goste particularmente do estilo musical deste álbum ou da banda como um todo, você precisa ler sobre o impacto que ele teve na cultura pop e no mundo de forma geral.
Uma das minhas coisas favoritas de Revolver é o crescimento imenso que o George Harrison exibe. Aqui temos não apenas uma, mas sim TRÊS faixas dele, e todas elas são destaques positivos no álbum. A abertura “Taxman”, possivelmente o melhor álbum opener de toda a discografia da banda (junto de “Come Together”). Seu primeiro flerte com música indiana com “Love You To”. Eu particularmente não gosto das músicas indianas do George, mas essa, no contexto do álbum, eu aprecio muito. E minha favorita de suas três faixas, “I Want To Tell You” com suas letras sardônicas e guitarras noiosas.
As adições do Paul a esse álbum são extremamente… McCartney… Não tem palavra melhor para descrevê-las! “Here, There and Everywhere” é a balada mais linda que ele já escreveu, se você conhece um hater da banda, apenas toque essa música pra ele e diga que o AMA! Já li vários beatlemaníacos negando o valor de “For No One” no disco, mas eu amo seu posicionamento em seu Lado 2. E sinceramente, eu não preciso dizer nada sobre “Eleanor Rigby”… A música diz tudo por si só. Uma composição dessas em um álbum de música pop em pleno 1966. Paul McCartney tinha 24 anos de idade quando compôs essa canção. “Os Beatles não foram uma banda, eles foram um milagre” -David Gilmour.
E meu favorito… John Lennon. Suas adições elevam esse disco pra estratosfera. O storytelling de “She Said She Said”, as harmonias e riffs joviais de “And Your Bird Can Sing”, a atmosfera de “I’m Only Sleeping”… TOMORROW NEVER KNOWS!!!! Jesus Cristo, é díficil achar as palavras pra descrever o que John Lennon fez em Revolver. Se você tá lendo isso, bota pra tocar “Tomorrow Never Knows” aí rapidão e tenta se imaginar em 1966 ouvindo essa canção, com seus tape loops, com suas tracks reversas, com suas letras místicas… Sério…
Se você aprecia música, naturalmente reconhecerá e respeitará o legado e a influência desse disco e desses quatro meninos de Liverpool. Talvez você não ame a banda e suas músicas, mas você realmente precisa ouvir esse disco antes de morrer, não só ele mas sim toda a discografia da banda. O mundo em que vivemos é um mundo pós-Beatles. Imaginar um mundo sem Beatles é como imaginar um mundo sem eletricidade. Não tem como!
5/5
5
Apr 18 2025
Birth Of The Cool
Miles Davis
Uma ótima introdução ao jazz moderno ! Basicamente uma apostila resumida de tudo que você pode esperar do gênero apropriadamente entitulado "Cool Jazz".
Curto Miles, bastante, então sei que ele tem MUITO mais a oferecer. Esse album é histórico e importantissímo, mas sei que vem Jazz melhor pela frente.
4/5
4
Apr 19 2025
Highway to Hell
AC/DC
Refrões antêmicos, solos de guitarra grandiosos, letras simples e chicletes... Elementos do chamado Hard Rock, mas que eu prefiro chamar de Rock Bunda. Sempre tive um preconceito grande com essa banda, mas nunca tinha ouvido esse disco inteiro, apenas a faixa titular (muitas e muitas vezes, contra minha vontade).
O veredito? Meh. É OK, inofensivo, lendo na wikipedia descobri que na verdade o vocalista que eu detesto foi o que veio no disco posterior a esse, Back In Black, o tal do Brian Johnson. Os vocais daquele cara eu verdadeiramente detesto. Os vocais de Bon Scott eu só não gosto mesmo, não chega a ser ódio.
Na metade do álbum eu ja tava pronto pra ele acabar logo. Toda canção é igual. Isso é ótimo se você gosta do som da banda, mas eu não gosto.
A melhor parte desse álbum foi quando percebi que ele foi lançado em 1979 e me lembrou um outro álbum que lançou no mesmo ano. Unknown Pleasures, do Joy Division. E assim que a última faixa disso acabou (processo árduo, a ultima faixa, Night Prowler, é de longe a mais insuportável de todo o disco, ao final dos 6 agoniantes minutos eu já estava desenvolvendo uma enxaqueca), fui la ouvir aquele disco que é monstruosamente superior a esse.
1/5
1
Apr 20 2025
Everybody Knows This Is Nowhere
Neil Young & Crazy Horse
Não sabia nada de Neil Young quando comecei essa lista. Descobri rapidamente que ele é um dos artistas mais representados aqui, e esse já é o segundo disco dele que pego. Para minha sorte, to percebendo que eu gosto bastante dele. Até agora ambos os álbuns dele que peguei foram do meu agrado, esse e o Rust Never Sleeps.
4/5
4
Apr 21 2025
Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim
Frank Sinatra
Um dos maiores e melhores cantores norte americanos, completamente e indiscretamente imerso na deliciosa Bossa Nova, junto com o coração e alma do gênero Tom Jobim. Uma combinação histórica. E fica claro ouvindo esse som, que o Frank Sinatra não fez isso só pra participar de uma trend, de um fad. Ele realmente mergulhou de cabeça no mundo da música brasileira. Brilhante. Histórico. Tão lindo quanto um arco-iris. Meu Deus. Alma brasileira, Brasil pra sempre!
Peguei esse álbum logo na manhã do domingo de Pascoa. Obrigado 1001! Que maneira apropriada pra celebrar esse dia.
Ouçam a versão do 50º aniversário do disco, pois ele contém no final um Medley ao vivo BRILHANTE deles tocando juntos, e também um Studio Outtake de 11 minutos deles gravando Girl From Ipanema.
"And so when wise men say to me
That love's young dream never comes true
To prove that even the wise men can be wrong
I concentrate on you"
5/5
5
Apr 22 2025
Rumours
Fleetwood Mac
Um daqueles albuns que eu queria ser uma mosca no estúdio durante sua gravação. Toda a história por trás desse disco me fascina até mais que as músicas em si. Disco atemporal, com certeza.
Não tem muito o que dizer a respeito. Mesmo se você nunca ouviu esse disco, você ja deve ter ouvido metade das canções. Tamanha é sua influência e alcance. Até aqui no 1001 ele ta no topo das notas globais.
E é um disco que me agrada, assim como grande parte dos clássicos dos anos 1970. Através desse projeto to percebendo o quanto eu gosto daquela década específica. Algumas faixas desse disco são inconsequentes pra mim, mas não é o suficiente pra ofuscar o brilho dos melhores momentos desse álbum monumental, e nem pra tirar sequer uma fração de estrela da nota.
5/5
5
Apr 23 2025
Shadowland
k.d. lang
Inofensivo. Essa moça tem uma linda voz, não da pra negar, mas fora isso, esse disco não me fez sentir absolutamente nada. Ranking de 1 estrela eu reservo pra albuns que ativamente me ofenderam ou me frustraram, então vou deixar 2 pra esse aqui. Gostosinho até, foi bom de ouvir, mas não me fez sentir absolutamente nada. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
2/5
2
Apr 24 2025
First Band On The Moon
The Cardigans
Curti, bem meu tipo de música mesmo, alternativo anos 90 pop-rock com umas leves pitadas de lounge e etc. Surpreso que nunca tinha ouvido essa banda antes, até que chegou no maior hit deles, Lovefool, e eu imediatamente o reconheci.
Não entendo como alguém ouve esse disco inteiro e tem a coragem de dizer que essa banda é one hit wonder. O album todo é consistente em instrumentalização e nos vocais. Foi um daqueles discos que tu ate deseja que fosse mais longo, que você simplesmente não quer que acabe. Analogo a um abraço, ou talvez a um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Coisa assim.
Não consigo apontar nenhum defeito ou desavença pessoal minha então:
5/5
5
Apr 25 2025
Live At Leeds
The Who
Não se engane pelo resultado que você achar desse álbum em serviços de streaming! Ele está totalmente errado. O album original possui apenas 6 faixas e 37 minutos. Tem um rip do LP no youtube, https://www.youtube.com/watch?v=4MmguY2Cwzk . Mais um item pra imensa lista de motivos de porque serviços de streaming são objetivamente inferiores a formatos fisicos de música.
Fora essa frustração imensa, o álbum é agressivamente OK. Bom Rock n' Roll, que deve ter sido fantastico ao vivo... Mas não estou ouvindo ao vivo... Estou ouvindo em plastico! Dificil essa putariazinha de meter album ao vivo na lista em galera...
2/5
2
Apr 26 2025
Live At The Harlem Square Club
Sam Cooke
Uau. Fui otário, galera. Hoje, quando peguei esse disco, fiquei emputecido. Até mandei mensagem pro meu sócio, Boleta, reclamando:
"Pqp outro album ao vivo hoje kkkkkkk ta chato ja", enviado ás 11:11 do dia 25/04/25
Reclamando porque o album de ontem tambem foi ao vivo, do The Who.
Mas engoli todas as palavras deliciosamente... Esse disco do Sam Cooke é impressionante! Fiquei sem palavras o ouvindo.
Que album eletrizante... Do começo até o ultimo milésimo. Da pra sentir a energia daquela noite, da pra sentir que ninguém ficou parado, da pra sentir que o cara conquistou a platéia de forma magistral. Que voz!!!! Meu Deus. Que Soul absurdo. E a banda IMPLACÁVEL!!!!!! Isso SIM é um álbum ao vivo, porra ! PRECISO comprar esse disco em LP ou CD imediatamente.
Amigos... Twistin' The Night Away... que performance!! Eu faria de tudo pra estar lá naquela noite em Miami, pertinho do Saxofonista, quando o solo esquenta, com varias cervejas no sistema. Perfeição.
5/5
5
Apr 27 2025
Lady Soul
Aretha Franklin
Ontem e hoje, back to back soul. Obrigado 1001 albums generator ponto com!
Isso é música. Quando penso música, eu penso nisso. Uma cantora infinitamente talentosa com uma voz de ouro e veludo. Uma banda fantástica com composições maravilhosas e delicadas. Um disco coeso, que não desperdiça sequer um segundo, que não desperdiça o plástico no qual foi preensado. Isso é música. Um LP de respeito.
A regra é simples. O disco não tem defeitos, então não tem outra nota que posso o dar.
Ain't No Way... que arranjo maravilhoso. A melhor música desse disco e uma das melhores que ouvi esse ano.
5/5
5
Apr 28 2025
Survivor
Destiny's Child
Chatinho. Cansativo, muito longo. Mas a produção das primeiras faixas é interessante, apesar que liricamente os temas são bem vergonhosos e datados. O disco podia ter acabado na 11º faixa, Dance With Me. Depois dela o album inteiro descarrilhou completamente, e eu constantemente olhava pra ver se faltava muito pra acabar.
1.5/5
1
Apr 29 2025
American Idiot
Green Day
Uma surpresa! Green Day é outra banda que sempre tive preconceito, e mesmo eu tendo a idade pra ter crescido ouvindo eles, não foi o caso. Não esperava nada desse álbum, comecei a ouvi-lo bem despretensioso, e acho que isso me ajudou muito. Fui surpreendido totalmente. Claro, já conhecia os singles mais famosos, a faixa titular e blvd. of broken dreams, mas também, quem não conhece essas canções?
Não tenho nada de negativo com esse disco. Muito bom do começo ao fim. Não inovou em nada, mas nem todo álbum precisa ser um Revolver (Beatles). Um disco básico, mas extremamente bem executado. Todo instrumento aqui é tocado deliciosamente. O vocal do Billy é muito bom, ele tem um alcance bom até. Gostei demais das músicas mais épicas, tipo Jesus of Suburbia. Liricamente ele é bem superficial, mas você esperava o que de uma banda de pop-punk? É musica pra voce colocar e bater o pé e mexer a cabeça. Quer profundidade vai ler Tolstoy...
Um album classico, e de certa maneira, até superestimado, que eu nunca teria ouvido e dado uma chance se não fosse por esse site. Curti !
4/5
4
Apr 30 2025
All Mod Cons
The Jam
Caralho !!!! Obrigado mais uma vez 1001albumsgenerator ponto com. Que disco fantastico! Exatamente minha pira. Inglês, new wavezinho, punkzinho, mod pra caramba. Maravilhoso. Toda faixa foi um absoluto deleite. Que vocal, que baixo feroz! Acho que até agora foi minha descoberta favorita do projeto. Preciso ouvir tudo que essa banda gravou. Maravilhoso.
In The Crowd... musicão da porra. Que baixista pika irmão, não to acreditando no que to ouvindo...
5/5
5
May 01 2025
Street Life
The Crusaders
Saboroso. Não tem muito o que dizer. To percebendo uma coisa com esse site. Quando um álbum não tem quase nada escrito na Wikipedia, é porque realmente não tem muito o que falar sobre. Vai ser algo middle of the road. Bom, as vezes vai atingir momentos ótimos, mas nunca vai passar disso. Não vai mudar sua vida, e não vai revolucionar nada. Ninguém vai dizer que Street Life dos Crusaders foi a sua maior inspiração. Mas novamente, um ótimo disco, agradável e brilhantemente produzido.
3/5
3
May 02 2025
Walking Wounded
Everything But The Girl
Comprei esse CD em Curitiba aleatoriamente porque tinha gostado da capa. Coloquei no Backlog e prometi que ia ouvi-lo eventualmente. Bem, pelo jeito, esse dia é hoje!
Muito bom, gostei. A palheta eletronica downbeat meio triphop com um pouco de jungle... Chill house... Executado com um otimo gusto. Os vocais aveludados, as letras agridoces. Esse CD certamente ficara no carro para ouvir dirigindo em noites solitarias. Analogo a um encontro de olhares com um desconhecido atraente.
Dou preferencia as faixas mais animadas como Before Today e Wrong. As mais lentas, como The Heart Remains a Child nao me prenderam 100%
4.5/5
4
May 03 2025
Bat Out Of Hell
Meat Loaf
É um disco que por design é cheesy e tem essa pegada sarcástica e meio comica. Não vou desvalorizar o valor musical das composições, e principalmente da produção extravagante do Todd Rundgren, mas a principio, musica com esse tom não é do meu maior agrado. Rock operatico, wagneriano... eu entendo a pira, mas não é pra mim.
3/5
3
May 04 2025
Rattlesnakes
Lloyd Cole And The Commotions
Entediante... Voz entediante (me lembra um pouco o cantor do Pulp mas sem a perversão que faz ele interessante), instrumentalização entediante... Tudo aqui é só isso, um pouco chatinho. Mas nada demais. Tu bota pra ouvir, e ele passa batido. Sem fazer muita bagunça nem nada. Inconsequente. Em alguns raros momentos ele chama sua atenção por uma coisa ou outra, mas não dura muito.
2.5/5
2
May 05 2025
Songs From A Room
Leonard Cohen
Muito interessante, e particularmente dificil de avaliar, pra mim. Não sou fã de folk, isso é fato. O primeiro album que peguei nesse site foi um do Bob Dylan, e por mais que eu tenha apreciado a influencia que ele teve em seus contemporarios, musicalmente, o disco simplesmente não me desceu. Esse do Cohen é outra história.
Comecei a ouvi-lo com a mesma expectativa que tive com Dylan. A diferença aqui está nas canções. Vejo muita gente criticando a voz do Cohen e sua "inabilidade" de cantar. Discordo completamente. A voz dele pra mim é muito agradável, como um casaco quentinho em uma noite de ventania gélida. Também aprecio muito os instrumentais desse álbum. Eles são abertos, dispersos, com acentos momentâneos que adicionam muita atmosfera. Liricamente, Cohen não tem oposição. Suas canções contam histórias, estórias, te fazem amar novamente.
4/5
4
May 06 2025
The Stranger
Billy Joel
Dificil avaliar! Tenho um viés enorme por conta de todas as memórias afetivas que tenho com a musica Vienna, deste disco. E lembro de ouvir ele quando era mais novo e ficar fixado em quase todas as suas faixas. Mas reouvindo ele agora com o projeto e sei lá... Não me pegou tanto quanto na infância! No geral, é um disco muito bem produzido e executado, mas tem alguns momentos que ele me perde um pouco.
Mas as boas são MUITO, muito boas !
4/5
4
May 07 2025
I'm Your Man
Leonard Cohen
Outro do Cohen, quase que back-to-back. Interessante. Esse é bem diferente do que peguei anteriormente, "Songs From A Room". Esse disco foi feito em outra década, outro mindset, outro estilo de produção totalmente diferente. No total, prefiro o estilo de produção do album anterior dele que ouvi. Mas uma coisa não mudou, eu ainda amo a voz dele e seu songwriting inigualável. Inclusive, acredito que sua voz está melhor ainda nesse album comparado ao anterior.
Esse álbum vive o queijo que o cerca. Da pra ver na capa. Ele todo descolado comendo uma banana. É uma imagem que representa perfeitamente a sonoridade desse disco. Letras brilhantes e temas assombrosos, com uma produção nível sessão da tarde, com todos os clichês rídiculos que fazem a década de 1980 uma das mais intoleráveis pra música: Os teclados desalmados, os corais de backing completamente desnecessários, a superprodução das faixas, etc...
Mas ele realmente incorpora tudo isso em sua essência. É um álbum intrigante, acho essa uma palavra muito apta para o descrever. Enquanto o ouvia eu franzi a sombrancelha diversas vezes em contemplação do que eu estava ouvindo. Eu gosto disso, gosto de sentir esse tipo de emoção ouvindo um som. Memorável, as vezes azedo, as vezes agridoce, mas nunca maçante ou cansativo.
4.5/5
4
May 08 2025
Vanishing Point
Primal Scream
Excelente. Dubzão bravo, nervoso mesmo. Esse estilo de música me transporta pra outro mundo. Esse álbum exala um aroma forte de cigarros, e isso é um elogio.
Toda faixa aqui encaixa deliciosamente. Medidativo em certos aspectos, chega a ser assustador em outros. Colocar o CD no Hi-Fi, deitar no sofa e fechar os olhos. Aprecio isso. Alguns graves agressivos, tem hora que os instrumentos parecem que estão tentando falar.
Tem erro não. Só conhecia Screamadelica. Gosto daquele disco, mas sinceramente, acho que gostei mais ainda desse.
5/5
5
May 09 2025
The Grand Tour
George Jones
Confortável. Não sou um sommelier de country nem nada, mas consigo apreciar o conteúdo desse disco. Palhetadas agradavéis e letras agridoces. A canção titular é fantastica, é o modelo do que uma canção de country precisa ser. O resto do album não chega no mesmo ápice, na verdade não chega nem perto, mas não tem nada ruim. Album curto, fácil de ouvir... Até agora foi meu country favorito da lista. A voz desse cara é fodida de linda.
4/5
4
May 10 2025
The Atomic Mr Basie
Count Basie & His Orchestra
CBO + Neal Hefti! Não tem mistério. Impossível ficar parado. Só de colocar esse disco pra tocar ele imediatamente domina o ambiente. Cada solo parece um soco na barriga. De maneira positiva, digo. A capa o representa muito bem. Mas ele também tem seus momentos frios, lentos. É um disco completo.
2.5/5
2
May 11 2025
Public Image: First Issue
Public Image Ltd.
Esse álbum é raivoso, do começo ao fim. Ele exala ódio por todos os cantos. O baixo é putaria demais. Post-punk na sua infância, interessante. Me lembra um pouco o movimento no-wave em partes também.
Poderia ser mais curto. Algumas partes desse álbum parecem filler pra chegar na duração dos 40 minutos. Poderia ser um disco gostoso de 30 minutos, mais coeso.
3/5
3
May 12 2025
Live / Dead
Grateful Dead
Poderia ser mais curto! Fora isso, é um disco até que comfy. Jam rock psicodélico final dos anos 60. Agradável. Por ser um disco ao vivo e de improviso, ele tem alguns momentos que tu fica meio "???". É perceptivel o nivel elevado de substancias toxicas consumidas na produção desse LP. Nada contra stoner rock, até curto as vezes, mas sei que o gênero tem coisa muito melhor a oferecer do que isso.
2/5
2
May 13 2025
Pornography
The Cure
Album fantastico. Sou fã do Cure, fui ao show deles do primavera 2023. Foi massa. Esse nao é meu disco favorito deles mas ainda assim o amo.
Impenetravel, denso, sólido. Analogo a um muro imenso coberto por arame farpado. Adoro a percussao espersa e trancada. Os vocais irracionais. As guitarras casadas com os sintetizadores no seu senso mais Krautrockiano possivel. A estetica sonora desse disco é inconfundivel e incomparavel, fria e gélida, a evolucao natural da trilogia escura da banda, junto de Seventeen Seconds e Faith. Esse disco é vastamente superior ao resto da trilogia, nem da pra comparar, amadureceram muito... E angustiaram muito para chegarem nesse som e nesse conteudo lirico.
Esse disco se destaca muito na discografia da banda. Nao tem absolutamente nada pop aqui, diferente dos outros albuns deles. Ele é consistentemente gloomy do comeco ao fim. As vezes é dificil digerir isso e eu entendo que nao é pra todo mundo, mas quando ele funciona, ele funciona muito bem. Excelente. Consistente.
I must fight this sickness.
5/5
5
May 14 2025
Kings Of The Wild Frontier
Adam & The Ants
Um clássico do Musica-Pinto New-Wave. É interessante ouvir, isso é fato. Em nenhum momento esse disco é entediante, prende bem sua atenção com suas melodias viscosas e os vocais esquizotipos. Mas acaba ficando tempo demais, e eventualmente se torna cansativo e você acaba desejando que estivesse ouvindo algo mais... sofisticado, menos sujo ou esfumaçado.
3.5/5
3
May 15 2025
Hearts And Bones
Paul Simon
Pode me dar um tiro, se quiser, mas eu prefiro esse disco ao Graceland. O segundo lado dele é brilhante. A voz do Simon flutua deliciosamente sobre os instrumentais suaves. Muito agradável de ouvir, easy listening total. Gostoso e amigável. A ultima faixa é especialmente linda, um tributo maravilhoso.
4/5
4
May 16 2025
LP1
FKA twigs
FKA twigs... ta ai uma artista que faz bastante tempo que ta no meu radar e que to devendo ouvir. Unico motivo por eu ter enrolado é que toda capa dela é FEIA ! Não sei qual a pira desse povo de fazer capa propositalmente feia... Mas ok, o projeto fez eu ouvir.
Uma coisa é fato, esse disco é tudo menos entediante. Cada música tem trezentos elementos que despertam sua curiosidade e seu interesse. Som bem engajante do começo ao fim.
Mas, simultaneamente, não sou muito chegado em R&B. E por mais que seja cheio de blips e blups, em sua essência, esse ainda é um disco de R&B. Logo, terá letras pornográficas e vocais gemidos. Nada contra, só não é minha maior pira! E se for pra ouvir um disco de R&B, que ele seja instrumentalmente interessante e engajante, igual esse. Clams Casino ta creditado nesse álbum e é perceptivel sua presença. Arca também. Os instrumentais são cheios e espaçosos, universos contidos em 4 minutos de música. Satisfatório demais. E dão um boost incrível nos vocais. A mulher canta bem.
3
May 17 2025
London Calling
The Clash
Vamos ser sinceros aqui, esse disco criou vida própria a esse ponto. Ta la no topo junto de DSoTM e Abbey Road. Com isso em mente, aqui vai a bomba: Eu nunca tinha ouvido esse disco inteiro antes! Já conheço e escuto regularmente diversas de suas canções, mas essa foi a primeira vez que me sentei e ouvi o album duplo do começo ao fim. Que aventura, pqp ! Jeito maravilhoso de encerrar uma sexta feira. Esse disco é um deleite, instantaneamente virou um dos meus albuns-duplos favoritos (prefiro discos mais curtos, mas esse aproveita bem cada segundo da sua duração).
IMPOSSIVEL FICAR PARADO! Caralho! Como pode, um disco duplo onde TODA musica é envolvente e sem um milésimo de filler?! Que absurdo... Lost In The Supermarket... Guns Of Brixton... Spanish Bombs!!! VAI SE FUDER!
Paul Simonon no baixo é um Deus. Essa capa é perfeita, iconica, lendária, inesquecivel, e o ode ao debut do Elvis é a cereja do bolo. Esse álbum é suprassumo de tudo que faz Rock ser Rock. 100% disco de ilha deserta. Junto de Revolver, do Beatles, foi o 5 estrelas mais fácil que tive até agora.
Caralho. Porra. Cu. Pinto. Buceta. Que doideira de disco. Fica muito na cabeça, fica no foreground dos meus pensamentos. #1 até agora. Meu lado favorito é o Lado 2.
5/5
5
May 18 2025
Sex Packets
Digital Underground
Lixo. Quem ouve música pra dar risada? Sério? Não ligo quando uma música tem uma linha ou outra engraçada, mas quando o conceito inteiro do seu álbum é cômico, eu sinceramente acho uma perda de tempo ouvir. E ainda por cima, o disco tem mais de 1 hora. Pra que? Sim, pode me chamar de amargurado por não gostar de piadinha em música, não ligo, sou mesmo.
Underwater Rimes é boa, de resto, completamente descartável, e graças a DEUS que Rap evoluiu e deixou de ser essa idiotisse gimmicky que era no final dos anos 80 e inicio dos anos 90.
E outra, o que essa porcaria de album ta fazendo em uma lista de albuns que voce PRECISA ouvir?! Voce nao PRECISA ouvir esse disco!! Nunca! Quer representar grupos de Oldschool Hiphop? Bota ai Tribe Called Quest, De La Soul, Cypress Hill, Wu Tang, Pharcyde... Voce ve alguem em 2025 falando sobre Digital Underground? Obvio que não, e por bom motivo. Eles não fazem nada de diferente, e os outros grupos que mencionei são estratosfericamente superiores.
0.5/5
1
May 19 2025
Os Mutantes
Os Mutantes
Finalmente! Meu primeiro disco brasileiro aqui da lista, e já vejo que meu país será bem representado daqui em diante! Logo de cara, a cornerstone do movimento Tropicália, que bate de frente com os movimento psicodélicos americanos e britânicos. Em muitos momentos, esse disco chega a ultrapassar seus contemporâneos lá do outro lado da lagoa.
Rita Lee, Deus a tenha, um talento inestimável. A participação de Jorge Ben na segunda faixa... As duas primeiras músicas são um jab e direto na tua cara quando tu da o play nessa obra aqui. Já te preparam pra embarcar nessa aventura sônica análoga a um final de tarde quente e úmido em um pátio qualquer que necessita urgentemente de uma varrida. Ou então, te transporta pro quarto escuro daquela prima sua que gosta até demais de astrologia, e as paredes cheiram a cigarro, e você, ainda na sua prematuridade, encontra esse LP em meio a coleção dela... E quando chega o solo de "Le Premier Bonheur Du Jour" só falta você mijar nas calças e chorar pela mamãe. Eu entendo! Todos estivemos lá! Você não está sozinho!!!!!
Comparações com a era psicodélica dos Beatles são inevitaveis. Eu entendo. Esse disco lembra Sgt. Pepper's e Magical Mystery Tour? Sim! Mas ele tem seu gosto próprio. Seu gingado. Ele parece ser bem menos lapidado que aqueles discos, mais... bruto? Em virtude da banda brasileira não ter um Paul McCartney no seu lineup, talvez. Mas não veja isso como uma desavença minha com este álbum. Essa estética sonora agrada muito. Algumas canções aqui foram compostas e gravadas em poucas horas, e isso é perceptivel, e adiciona uma sensação linda de improvisação e experimentação incomparável, em alguns momentos parece que eu estou no estúdio com eles em 1968 tecendo e construindo mirabolantes melodias e sons noiosos porém inesquecíveis.
Distorção. Psicodelia. Rita Lee. Tropicália. São Os Mutantes porra. Qualquer nota abaixo de 5 seria criminoso.
5
May 20 2025
Yoshimi Battles The Pink Robots
The Flaming Lips
Clássico. Parece que mesmo quem nao cresceu ouvindo esse disco sente nostalgia por ele. Talvez seja porque ele remete a tempos mais simples, uma inocência trocada pela bravura e coragem pra enfrentar os robôs, tal como a própria Yoshimi.
Flaming Lips, ótima banda. Rankeei a discografia deles alguns meses atras e fiquei de cara o quão boa ela é. Foi uma verdadeira aventura do inicio ao fim. Muita gente os resume apenas a Yoshimi e Soft Bulletin e isso simplesmente nao é justo! Meu album favorito deles, Embryonic, mal é discutido por ai... Absurdo.
Fight Test: uma das minhas intros favoritas de qualquer disco! Os efeitos sonoros, o baixo totalmente distorcido, os vocais e letras "If it's not now then tell me when". Um sabor absoluto. Constroi uma fundacao sólida dos temas liricos e sonicos que serão explorados nos proximos 47 minutos.
A distorcao vem em peso durante todo o disco. Pra mim, FLips se assemelha a Talking Heads, no sentido que eles casam maravilhosamente o experimental e o acessível. Eles possuem em seu catalógo albuns vastamente experimentais como o famigerado Zaireeka (gravado em 4 CDs que voce precisa dar um jeito de ouvir simultaneamente! Conceito brilhante...). Esse aqui nao chega em tais extremos, e acaba sendo, em sua maior parte, facilmente acessível e até mesmo pop em partes!
Mas faixas como Yoshimi pt.2 te lembram do que a banda é capaz. A parede de barulho que emana desse disco é simplesmente de tirar o fôlego. Esse album, assim como grande parte do catalogo da banda, é um sonho para audiófilos. Se voce, assim como eu, possui um sistema hifi, eu imploro para que voce arranje uma cópia em CD desse disco, ou baixe um Lossless por aí, e ouca bem alto! No 11 mesmo! Fodase os vizinhos, esse album merece o tratamento estrondoso. Tem hora que parece que ele esta vivo e respirando. Doideira.
5
5
May 21 2025
Head Hunters
Herbie Hancock
Fusão braba! Curti bastante, é minha pira. Dificil ficar parado ouvindo, te prende bem.
4
4
May 22 2025
Out of Step
Minor Threat
Bem, aqui está. A banda "final boss" de punk e hardcore. Não entendi por que colocaram esse disco e não o Complete Discography (ou o First Two Seven Inches), que são mais longos e encorpados.
Agressivo e cheio de energia, do jeito que tem que ser. Você pode argumentar que é um disco monótono, e você estaria certo, mas não tem problema visto que ele tem apenas 22 minutos. Novamente, do jeito que tem que ser. Ele vem, te da um soco na cara, e vai embora. Não fica perdendo tempo ou enchendo linguiça. Precisamos de mais álbuns assim no mundo!
Talvez Hardcore não seja sua pira e eu compreendo. Muita gritaria e mesmisse musical. Não é 100% minha pira mas vendo tudo que ouvi até agora no projeto, consigo apreciar bastante esse disco aqui. Ele exala uma energia cativante, e admito que depois que eu o ouvi, tudo dele ficou na minha cabeça. Vontade de ouvir novamente. Nem todo álbum daqui consegue isso!
4/5
4
May 23 2025
The Cars
The Cars
.Just What I Needed! As duas primeiras são bem fraquinhas na minha opinião.. os refrões desse album ficam irritantes as vezes. Mas pra compensar, as guitarras são um tesão do comeco ao fim. Mas fora isso, album bem mediano. Pop agradavel e gostosinho de botar pra ouvir sem pensar muito.
3.5/5
3
May 24 2025
Back To Black
Amy Winehouse
Disco fantástico. Não tem muito o que dizer. É inovador? Não... na verdade é derivativo em larga medida. Mas não ligo. A voz dela é uma das minhas favoritas, poderia ouvir pra sempre. Nunca cansa. A produção "nostalgica" me agrada bastante também, queria que essa pira tivesse durado mais na indústria pop. Toda essa pegada '60s. O único defeito desse disco ao meu ver é a faixa final, acho que acaba melando um pouco o fim do álbum, mas nada demais.
4.5/5
4
May 25 2025
3 Years, 5 Months And 2 Days In The Life Of...
Arrested Development
Legal. Curto essa pegada afrohippie que alguns albuns de rap tinham no inicio da decada de 1990. As letras são positivas e divertidas, sei lá, um negócio bem family friendly (tirando a parte que ele diz que queria estar dentro da mina, mas até isso não foi tão explicito quanto as letras dos seus contemporaneos). Produção agradável também. Mas é aquilo, não mudou minha vida, e sei que existe rap muito melhor por aí
3/5
3
May 26 2025
The Lamb Lies Down On Broadway
Genesis
Um álbum duplo de rock progressivo... para muitos, ouvi-lo é uma tarefa herculeana! Mas não se assuste, pois esse disco prende muito sua atenção, e não viaja tanto assim. É um album conceitual que tenta contar a história do personagem Rael vivendo em Nova Iorque na década de 70. Daora até, mas a história é bem solta, e um pouco díficil de acompanhar.
Musicalmente, o brilho do album está quase inteiramente no disco 1. Sem querer desmerecer o disco 2, que possui sim seus momentos, mas são apenas isso, momentos. O disco 1 é brilhante do ínicio ao fim, e a banda claramente deixou o disco 2 para explorar elementos diferentes. Crédito a eles, o disco 2 acaba tendo algumas passagens bens interessantes, mas as vezes ele acaba se perdendo em meio a sua própria grandeza. Eu gostaria mais desse álbum se ele fosse apenas o primeiro disco, mas tudo bem, continua sendo uma puta duma aventura ouvi-lo do começo ao fim! Mas sei que Genesis possuem outros discos que gosto mais, de fato, no ranking que fiz da discrogafia deles, esse álbum se encontra na 7º posição.
4/5
4
May 27 2025
Blackstar
David Bowie
Álbum titânico. Monumental. Lendário. Consigo contar nos dedos quantas vezes música me levou a chorar, e uma delas foi a primeira vez que eu ouvi esse disco, com a notícia da morte de Bowie ainda em primeiro plano. Que perda... Induvidavelmente, o maior artista que já viveu.
É estranho ter esse álbum como o primeiro do Bowie que recebi aqui no projeto. No meu ranking de sua discografia, ele está em oitavo. Mas não interprete isso como um afronte a esse álbum, mas sim como um testamento do quão fantástica e expansiva é a discografia do Bowie. Que um capolavoro como esse ficou em oitavo. Entenda, Bowie lançou discos desde o final da década de 1960. Não dá pra imaginar um artista daquele tempo lançando um de seus melhores álbuns em 2016. A ideia é ridícula, absurda. Mas Bowie foi lá e fez. Histórico.
Esse álbum é a culminância de todo o corpo de trabalho do Bowie depois de tantas décadas gravando. Você encontra vários elementos da carreira dele aqui dentro. É um álbum forte, sua última mensagem pro mundo. De certa maneira, ele me lembra muito o Closer do Joy Division. Os temas fúnebres vão muito além da instrumentalização (fantástica, inclusive, que banda fenomenal que ele juntou para gravar aqui). A voz dele nesse álbum é inexplicável, seus gemidos e palavras suplicantes. A produção é fantástica e destaca cada elemento na medida exata. Sonho para audiófilos! Compre o CD e ouça ele bem alto. Bowie te abraça e beija sua testa. A alma dele transborda do começo ao fim. Fantástico, lindo, emocional. Ouça a discografia inteira do Bowie em ordem cronológica. Todo mundo deve fazer isso ao menos uma vez na vida. Ao chegar em Blackstar, é impossível não se emocionar. Que vida, que talento, que perda. Amo você Bowie. Sempre te amarei.
5
May 28 2025
Kilimanjaro
The Teardrop Explodes
Deram uma exagerada ai no trompete galera rsrs 🎺🎺 ... Mas suave, o baixo é bem saboroso e mais do que compensa. E eu particularmente aprecio o estilo lirico e sonoro desses vocais, apesar que as vezes as repeticoes me cansaram. Enfim. Algumas faixas bem notaveis mas outras bem esqueciveis. Mediano.
3.5/5
3
May 29 2025
Faust IV
Faust
Doidinho. Curto paradas diferentes assim, mas admito, literalmente dormi por um momento escutando esse aqui. Poderia ter gostado mais.
3/5
3
May 30 2025
We're Only In It For The Money
The Mothers Of Invention
Um álbum ótimo disfarçado de álbum ruim. Os elementos anédoticos não me pegam muito, pois já disse em outra review que não ligo pra humor em música. Gosto da atitude sardónica e caustica do Zappa de criticar e zombar de tudo e todos. É uma atitude comendável, mas musicalmente, o disco deixa muito a desejar. Muitas partes são ótimas, mas como um todo, não consigo me imaginar ouvindo-o inteiro novamente.
2/5
2
May 31 2025
A Love Supreme
John Coltrane
Esse disco tem gosto de uísque
5/5
5
Jun 01 2025
Fly Or Die
N.E.R.D
Agressivamente OK. Nada aqui se destaca, nem de forma positiva nem de forma negativa. Todos os elementos são decentes, a voz do Pharrell, a produção dos Neptunes, é tudo formidável. Mas é o tipo de música que entra por um ouvido e sai pelo outro. Esquecível.
2.5/5
2
Jun 02 2025
I See You
The xx
Beeeem chatinho. Riachuelo-Core total. Entediante. Quase dormi ouvindo. Nada acontece, feijoada. Fresco pra caramba.
1.5/5
1
Jun 03 2025
Van Halen
Van Halen
Quando abri o site e li "Van Halen" eu ja revirei os olhos. Me deu flashbacks da enxaqueca que AC/DC havia me causado um tempo atras. Sim, o disco Highway to Hell me causou dor fisica! Naquele momento, ja jurei detestar Hard Rock, ou como eu carinhosamente o apelidei, Rock Bunda
Mas la fui eu, despretensiosamente, ouvir Van Halen, ja preparando pra fincar 1 estrela aqui e seguir a vida. Mas não. Não foi isso que aconteceu.
Esse disco não perde tempo. Os riffs são eletrizantes e os vocais são antêmicos. A diferenca ta no som. Os tons da guitarra são crocantes, sólidos, e a voz do vocalista não é torturante! No final das contas, o album acabou me agradando bastante. Uma boa surpresa pra iniciar a semana.
4/5
4
Jun 04 2025
Underwater Moonlight
The Soft Boys
Outro caso onde streaming está completamente errado. O album não possui 40 faixas e 2 horas e meia de duração. Sua ordem original encerra com a faixa titular Underwater Moonlight. E foi isso que ouvi.
Pra começar, o disco me lembrou muito os Beatles. O conteúdo lírico é inconsistente. Alguns versos são bons, mas alguns refrões são péssimos.
De qualquer maneira, esse álbum parecia a frente do seu tempo, em certos momentos. Foi interessante e prendeu minha atenção.
4
Jun 05 2025
Coat Of Many Colors
Dolly Parton
Bom e simples. Não há muito que dizer. A voz dela pode irritar as vezes, mas felizmente o disco é curto o bastante.
4/5
4
Jun 06 2025
Oxygène
Jean-Michel Jarre
Um capolavoro do mais alto escalão. Obra extraordinária. O tipo de disco que você ouve de olhos fechados, pra nada entrar no caminho entre você e a absoluta ternura que emana dessas notas sintetizadas. A primeira vez que ouvi esse LP inteiramente, eu te garanto, mudou a trajetória da minha vida no âmbito criativo.
Os sintetizadores parecem criar vida nessa produção. Eles remetem às ondas do mar. Ao cantalorar de pássaros. É de tirar o fôlego. O lado 2 do disco abre como um prédio sendo implodido. Demolição controlada. Não há violência aqui, mas sim uma minuciosa e cuidadosa dissecação. Assim vem aos meus ouvidos. A forma com que Jarre explora o espaço no âmbito estéreo é surreal. Esse disco precisa estar na coleção de todo audiófilo do mundo. Coloca ele pra tocar e se sente no epicentro dos seus speakers. Fecha o olho e só vai. Não precisa de droga nenhuma, o som aqui é a substância mais poderosa imaginável. Vai massagear teu cérebro.
A definição de um disco eletrônico 5 estrelas. Capolavoro, perfeito, do início ao fim.
5
Jun 07 2025
Parklife
Blur
Cresci ouvindo o trabalho de Damon Albarn; Blur, Gorillaz, The Good The Bad & The Queen, seus projetos secundários como Dr. Dee e Rocket Juice… Enfim, quando cheguei na maioridade eu já estava basicamente fatigado do homem ao todo, visto que tive tanta exposição a ele quanto um jovem Brit crescendo nos anos 90. Não ajuda o caso que Blur desapareceu, e que Gorillaz foi ficando cada vez pior após Plastic Beach.
Então quando penso nesse álbum, eu acabo revirando os olhos. Acabei sendo exposto até demais a ele. Mas aí coloco ele pra rodar e começo a ouvi-lo, e imediatamente lembro do porquê eu ser tão fascinado por essa banda durante meus anos formativos. Volta tudo na hora.
Os refrões hipnotizantes, as guitarras cintilantes (toda a instrumentalização, na verdade), a voz do Albarn e o seu alcance monstruoso, as letras secas e temas corriqueiros. É tudo extremamente agradável. É um álbum fácil de ouvir, quase relaxante, até nas partes mais agitadas. Eu cogitei reduzir a nota em 0.5 devido a duração… mas não é necessário. O tempo passa rápido ouvindo-o, não consigo pensar em nada que eu cortaria. Talvez eu trocaria a ordem das faixas, pois, do jeito que ele é, ele acaba ficando desbalanceado tendo suas melhores faixas todas no início do álbum. Mas não é um problema grande o suficiente para eu reduzir a nota 5.
Blur vs. Oasis? Oasis pelos singles, Blur pelos álbuns! Não acredito que as pessoas ainda debatem isso quando a resposta é tão óbvia! ;)
5/5
5
Jun 08 2025
In Utero
Nirvana
Todo vocalista e todo baterista FODA deviam ser gravados exclusivamente pelo Steve Albini. PQP. O que ele faz com vocais e percussão é maravilhoso. Adoro o seu estilo de produção, e consequentemente, acabei adorando esse álbum que eu conhecia bem pouco. Nenhuma reclamação. 5/5
5
Jun 09 2025
Mellon Collie and the Infinite Sadness
The Smashing Pumpkins
Um ótimo álbum, com canções fantásticas, mas ao todo, é um álbum bem laborioso de se ouvir. Esse álbum possui filler sim, não adianta negar. Especialmente na segunda parte! Mesmo assim, tenho muita nostalgia e carinho por esse álbum, e suas canções boas são realmente muito boas, algumas das melhores dos anos 90 e do rock alternativo no geral.
Gostaria de dar uma nota mais alta, mas esse álbum sofre com sua própria grandeza e ambição. Não consigo entender porque eles não simplesmente lançaram a primeira e a segunda parte desse álbum como discos separados. Faria muito mais sentido, ainda mais porque Mellon Collie está longe de ser um álbum conceitual. Não consigo enxergar um tema que cobre todas as canções aqui. Novamente, ele possui faixas fantásticas, mas possui também fillers esquecíveis que afundam bastante sua qualidade. Por conta disso, é um álbum especialmente difícil de só pegar e ouvir, diferente dos outros melhores lançamentos da banda, como Siamese Dream, Machina e Gish.
Uma coisa que me pega, é que esse disco é extremamente adolescente. E não digo isso só porque eu era adolescente quando fiquei viciado nele e no Pumpkins como um todo. Mas tanto sonoramente quanto liricamente esse disco tem uma vibe forte de adolescência, por bem e por mal. Por bem porque te faz sentir aquelas sensações amargas e agridoces da juventude, e por mal porque algumas letras aqui são vergonhosas demais, assim como as coisas que dizíamos durante nossa adolescência. Só é bizarro que o álbum mais adolescente que já ouvi na vida foi feito por um cara que já tinha 28 anos na época que o gravou. Vai entender...
E que sorte que gerei esse álbum em um domingo! Imagina ter que ouvir 2 horas seguidas do Billy Corgan gemendo no teu ouvido no meio da semana. Sem condição.
4/5
4
Jun 10 2025
This Year's Model
Elvis Costello & The Attractions
Não sabia nada sobre Elvis Costello. Lembro que, algum tempo atrás, quando peguei o livro 1001 álbuns em uma biblioteca, eu estava pesquisando a respeito da lista, e me lembro de ver muita gente reclamando sobre a representação exacerbada desse artista na lista. Então isso era tudo que eu sabia sobre Costello, que ele aparecia muito na lista de 1001 álbuns, e que muita gente estava infeliz com isso.
Imagine minha surpresa quando comecei a ouvir o disco e percebi que deleite que ele era. A voz dele é divertida, e a banda mantém um Groove fantástico, bateirista e baixista incríveis. Ao final da terceira faixa, eu fui ver a data de lançamento do disco, pensando "Ah essa pegada New Wave não me engana! Deve ser de '85, por aí!". Fiquei incrédulo com o que vi.1978?! Esse disco é então, um puta de um pioneiro, e muito a frente de seu tempo!
Não sei se mais pra frente aqui no projeto vou me cansar do Costello, mas hoje, por enquanto, ele me impressionou muito. Adorei seu trabalho e espero ansiosamente ver que mais que ele fez.
5/5
5
Jun 11 2025
Tanto Tempo
Bebel Gilberto
Uma modernizada cativante do tema delicioso do Bossa Nova. Adoro as leves e regradas ornamentações de elementos eletrônicos nas faixas. E a voz de Bebel é uma relíquia, uma doce relíquia. Esse álbum me colocou em um apartamento confortável na grande Rio De Janeiro, com o Sol se pondo e uma taça de vinho em minhas mãos.
Algumas faixas prendem menos que outras mas, no todo, é um disco fantásticamente agradável. Perfeito pra ouvir no fim do dia enquanto descansa. Como fiz.
4/5
4
Jun 12 2025
Queen II
Queen
Um álbum bem interessante de uma banda que ouvi exageradamente na minha infância, mas que nunca me aprofundei para além da superfície. Já ouvi alguns de seus discos inteiros, mas toquei pouco em seu início mais progressivo e pesado. Desse disco em particular, eu só conhecia March of The Black Queen, uma faixa sensacional que eu sempre adorei.
Ouvindo-o, é difícil não ficar paralizado com suas camadas edificadas de sons. É interessantissimo notar pequenas pitadas de prog, aqui e ali. Não chega a ser um Genesis da vida, mas não está tão longe. Também se nota reclamas pesadas que me remetem Sabbath e Zeppelin, com a voz estrondosa de Freddie, é uma combinação fenomenal.
Mas, o disco peca em algumas faixas medíocres, como a adição de Taylor. Dessa forma, seu segundo lado é vastamente superior ao primeiro, tornando o álbum um tanto desequilibrado, e desbalanceado.
De qualquer forma, é um disco bom e vale o seu tempo.
3.5/5
3
Jun 13 2025
Surf's Up
The Beach Boys
Imagino que esse álbum tenha sido gerado manualmente devido à triste morte do Brian Wilson, que ocorreu ontem. De qualquer forma, Beach Boys é um grupo que eu conheço bem pouco. Sou um ávido Pet Sounds believer, mas fora isso, conheço basicamente nada da banda além de umas faixas soltas e o que a galera falava sobre o Brian.
A primeira coisa que me surpreendeu foi a capa e o nome do disco, ambos ironizando o começo pastelão que a banda viveu na década de 1960. Além disso, me chocou descobrir que esse é o décimo-sétimo álbum da banda, eu não tinha noção do escopo desta discografia.
Me deleitei com as melodias e harmonias nesse disco, mas não esperava menos que isso dos criadores de Pet Sounds. E essa vai ser a última vez que vou dizer o nome desse disco nesta review! Prometo. Esse álbum merece seu mérito próprio. Tematicamente, ele é bem mais sombrio que o trabalho passado da banda, com temas mais conscientes. Admito que senti um pouco de falta daquela inocência e despreocupação do disco que-não-deve-mais-ser-mencionado, mas as letras não atrapalharam em nenhum momento minha habilidade de desfrutar das canções. Com exceção da faixa Student Demonstration Time, que por si só é desagradável suficiente pra tirar uma estrela inteira da nota! Skip total… Uma pena!
Uma coisa que eu notei enquanto o ouvia é quanto esse álbum influenciou aquela onda indie dos anos 2000. Flaming Lips, Spiritualized, MGMT... etc. Interessante.
4/5
4
Jun 14 2025
The College Dropout
Kanye West
Nem deveria dizer isso, mas eu acho hilário os ativistas de sofá postando aqui que se negam a ouvir esse álbum. Como se o Ye fosse o único artista que tenha feito merda e está nessa lista. Pessoal estúpido. Enfim, tanto faz, cada um com sua vida. Não existe isso de separar a arte do artista. O artista é sua arte, e a arte é o seu artista. Só nao glorifique artistas, eles também são pessoas como você. Isso é óbvio mas a Internet atualmente mais se assemelha a uma creche, onde precisamos falar o óbvio de forma macia, tipo "não corte seu cabelo com as tesouras" e "não morda seu amiguinho".
Enfim. Sobre o disco: Uma estréia magistral. Fica claro ouvindo esse álbum que Ye, acima de tudo, queria se provar. Ele claramente era seu maior fã e tinha uma crença absurda em seu potencial e talento. Desta forma, o trabalho final acaba estufado com um pouco de tudo, batidas infectantes, samples finíssimos, versos quentes, flows melódicos, skits cômicos, e até mesmo partes cantadas.
Por um lado, no contexto do artista desesperado procurando seu Break e querendo colher imediatamente os frutos que ele andou plantando por tanto tempo e com tanto esforço (Lock yourself in a room doing 5 beats a day for 3 summers), esse bloat imenso faz sentido e é até mesmo charmoso as vezes.
Mas não há como negar, os três primeiros discos do Ye são os únicos de sua discografia que eu consideraria "datados". Pra começar: Tanto esse quanto LR possuem uma duração laborosa. Muitas canções poderiam ter sido encurtadas, com participações inconsequentes que poderiam ter sido cortadas. Além disso, as faixas muitas vezes são complementadas por skits que francamente, não são engraçados, e atrapalham muito a fluidez do álbum.
Dito isso, ouça All Falls Down e lembre-se imediatamente porque Ye se tornou o artista magnânimo que ele é. O talento do homem é inegável e inconfundível. As batidas aqui são todas PERFEITAS (não uso essa palavra levemente). É perceptível que ele havia guardado esses beats por muito tempo especialmente pra sua triunfante estréia. O mesmo pode ser dito dos seus versos, que possuem flows diversos, trocadilhos brilhantes e um charme interminável.
Dito isso, esse disco não está nem perto de ser meu favorito do Ye por conta dos fatores mencionados, mas ao ouvi-lo é impossível ficar parado. Abaixa o punho e ouve o som.
4.5/5
The kid that made that, deserves that Maybach.
4
Jun 15 2025
Goo
Sonic Youth
Não gosto de noise, então por consequência, não gosto de grande parte da discografia do Sonic Youth. Mas Goo é diferente, é o álbum mais consistentemente audível que eles lançaram. Em poucos momentos ele me incomoda, mas no geral, eu gosto das guitarras noiosas e dos vocais indolentes. Este é um disco indubitavelmente transbordante de personalidade e caráter. Também me remete a adolescência.
“Consistentemente audível”, que maneira hilária de descrever um disco. Mas é verdade! Um álbum bem balanceado e engajante. Exala uma morosidade frenética bem paradoxa. Curto isso nele.
4/5
4
Jun 16 2025
Cut
The Slits
Este é um álbum objetivamente ruim; mal-feito, performances porcas por todas as integrantes da banda, liricismo e melodias insípidas… Mas, foi um disco que me agradou do começo ao fim. Gostei do estilo espeloteado das faixas. Gostei dos vocais gratinantes e dos instrumentos rudes. Os vocais me lembraram bastante a Siouxsie Sioux. A fusão de dub e reggae com punk. Tudo isso foi do meu agrado. Mas não se engane, esse é um disco RUIM! Ruim, mas legal. E eu gostei dele.
Fazer um disco tipicamente bom ser agradável e engajante é fácil, trivial na verdade. Fazer um disco RUIM ser agradável e engajante requer muita habilidade, carisma e jogo de cintura. Parabéns às moças seminuas.
3/5
3
Jun 17 2025
Hot Rats
Frank Zappa
Um dos melhores discos que já peguei aqui na lista. Álbum patrício. As composições aqui são brilhantes, surreais. É o tipo de disco que merece ser ouvido muitas e muitas vezes, dedicando total atenção, pois toda vez que você o roda, nota-se algo novo. Todos os músicos aqui em forma magistral. Verdadeiramente fantástico.
5/5
5
Jun 18 2025
Dr. Octagonecologyst
Dr. Octagon
Após escutar a Intro e a primeira faixa eu percebi a terrível realidade que eu tinha mais 1 hora disso pra aguentar. Pra ser justo, a produção é boa, em momentos chega até a ser ótima, as batidas são interessantes e variadas. É fácil dizer que o incrível Dan The Automator é o que salva esse disco de ser um desastre total. Mas álbuns assim não são nem um pouco do meu agrado. Não gosto de skits e interludes, sempre acho eles perda de tempo. Não gosto de música que tenta ser engraçada (principalmente quando o humor empenhado é dolorosamente sem graça... piada com estupro e piada escatológica, parece que o cara tem 11 anos de idade). Também não gostei nem um pouco dos versos do Kool Keith, achei quase todos bem irritantes de ouvir por conta do flow inortodoxo que ele costuma usar.
Pra dar um pouco de crédito, a arte da capa é muito boa e eu até curti a temática científica. É algo verdadeiramente diferente, não só no gênero, mas em música como um todo. E, vou reiterar, as batidas são boas e as vezes até ótimas. Mas não foi o suficiente pra salvar esse álbum. Eu estava tendo um dia ruim e ele só o piorou.
1/5
1
Jun 19 2025
Enter The Wu-Tang (36 Chambers)
Wu-Tang Clan
A produção aqui é incrível. Gosto do som rudimentar, com seus samples reverberosos e batidas minimalistas. Os versos são bem feitos e com temáticas variadas, e por ser um grupo, não é tão fácil você cair na fadiga.
Entendo a importância desse álbum para seu gênero, e algumas faixas daqui são realmente fantásticas como C.R.E.A.M. ou Tearz, mas em todo, não consigo me imaginar ouvindo esse álbum inteiro novamente, só as faixas seletas que se destacam.
O motivo é claro. A duração. Álbum longo, com incessantes intermissões completamente desnecessárias que apenas rompem o fluxo da música. Esse é, verdadeiramente, o grande mal que assolou os dias prematuros do Rap como um gênero. Novamente sinto contentamento em saber que o gênero evoluiu e não utiliza mais dessa técnica datada nos dias atuais. Aqui, o caso dos interludes é ainda mais graves, pois eles estão colados nas verdadeiras faixas, impossibilitando a facilidade de apenas pula-los. Quem teve essa idéia???
Mas, apesar disso, os picos do disco são realmente muito altos. Difícil não mexer a cabeça com algumas dessas batidas e desses versos. Corte as intermissões e você teria facilmente o melhor álbum de Rap já gravado. Mas como está, temos um disco simplesmente mediano, com algumas faixas estelares em seu meio.
3.5/5
3
Jun 20 2025
The Scream
Siouxsie And The Banshees
Aqui está uma banda na qual sou particularmente familiarizado, e na qual eu já explorei toda sua discografia e a avaliei. Em meu ranking, este álbum se encontra na sétima posição, um pouco abaixo do ponto central da discografia. Isso nos diz que eu acredito que os álbuns que o sucederam foram bem mais alegres em suas composições.
Reouvindo o disco hoje, percebo o porquê do posicionamento dele em minha avaliação pessoal. É um disco bom, ótimo as vezes, o mais legal dele é a sua consistência. Ele não perde o ritmo, mantém o seu pacing de capa a capa. Consistência é uma grande virtude, claro, mas ela nos mostra que faltam nesse disco os picos que caracterizam os próximos álbuns da banda. Não se engane, há nesse disco faixas destaques como Switch, Hong Kong Garden e o fantástico cover de Helter Skelter. Mas no geral, o álbum se mantém em um nível semelhante durante toda sua duração. Um nível bom, mas não estrelar.
O que dizer sobre a banda? Foram os pioneiros desse subgênero e dezenas de bandas devem todo seu sucesso à eles. É de se aplaudir o ritmo quase marechal dessas faixas, com a percussão que demanda atenção e ordem, as guitarras retorcidas que criam voz, o baixo pulsante e infectante que formou a base de todo o post-punk sucessor, e não existem adjetivos suficientes na língua portuguesa para descrever Siouxsie Sioux, a vocalista dessa incrível banda. Até aqui, na estréia da banda, ela paira sobre os instrumentais com sua voz única e inconfundível, demonstrando um lamento penetrante pouco encontrado em outras vocalistas.
No geral, uma estréia magistral que formou a fundação de um subgênero riquíssimo. Com certeza deve-se ouvir esse álbum, e não só ele, mas sim todo o trabalho dessa banda. Como eu havia dito, é um disco consistente, mas os seus sucessores atingiram picos maiores.
4/5
4
Jun 21 2025
Green River
Creedence Clearwater Revival
Creedence é aquela banda que parece que todo mundo conhece. Se tocar uma deles em qualquer bar mesquinho de interior, a velharada toda se levanta de suas cadeiras para berrar as letras com um inglês completamente quebrado. Dessa forma, vejo um certo conforto e familiaridade neste grupo. Mesmo sem nunca ter ouvido nenhum de seus álbuns por completo, ainda sim reconheço muitas de suas canções, incluindo algumas desse disco aqui.
Não tem erro. É um álbum curtinho que entrega o que promete. Se você comprasse esse LP em 1969, ficaria plenamente satisfeito. Mas ouvindo-o hoje, você acaba ansiando por algo a mais que o álbum simplesmente não entrega. Você quer mais faixas como Green River ou Bad Moon Rising, mas elas simplesmente não estão aqui.
De qualquer modo, o que está aqui é ótimo. Um disco gostoso pra ouvir casualmente. Tecnicamente falando, não há muito o que se dizer.
Ah, uma faixa revelação: Sinister Purpose. Nunca tinha ouvido e me deixou no chão, canção totalmente elétrica.
"I can hear the bullfrog callin' me!"
4/5
4
Jun 22 2025
The Lexicon Of Love
ABC
Quando o álbum se iniciou, eu fiquei imediatamente boquiaberto. Existe algo mágico demais em ouvir um disco totalmente cego, sem saber nada a respeito de suas faixas ou até mesmo do grupo que o compôs. No caso deste disco do grupo ABC, temos um suprassumo do mais fino synthpop britânico do início da década de 1980.
Tudo aqui é em ótimo gosto; Os vocais, as melodias, os pequenos ornamentos orquestrais que se destacam mais na faixa inicial mas fazem outras aparições em faixas sucessivas. Mas, pra mim, a parte que mais brilha nesse álbum é o baixo. Que baixo fantástico, ele constrói uma base resistente nas fundações dessas canções.
O disco possui seus hits. Poison Arrow é uma das minhas músicas favoritas de synthpop, The Look Of Love e All Of My Heart também são clássicas. Mas o que impressiona nesse álbum é que até os deep cuts possuem qualidades bem próximas dos hits. Um disco infalível, ao meu ver. Quando ele começa a ficar entediante, ele acaba! Do jeito que têm de ser. Pois todos sabemos que ser exposto a synthpop e a sotaques britânicos por uma quantidade demasiada de tempo pode causar efeitos adversos gravíssimos! E ele se encerra do jeito que se iniciou, com uma orquestra orgásmica fazendo um maravilhoso arranjo da faixa “principal” do álbum, The Look Of Love. Lindo!
4/5
4
Jun 23 2025
This Is Fats Domino
Fats Domino
Até curto uns oldies. Não é meu estilo musical preferido nem nada, mas eu gosto de ouvi-lo as vezes, tenho vários discos e CDs compilando as melhores canções desse período, e muitos deles incluem canções do Fats Domino. Mas ouvindo um disco inteiro dele, não consigo sentir muita coisa não. Mesmo gostando do estilo e tudo mais, o álbum não me prendeu muito. Mesmo com sua curta duração, ele me pareceu longo, laborioso. Uma pena, visto que, tecnicamente falando, tudo aqui está de acordo. Acho que simplesmente não gosto o suficiente do cantor para apreciar um LP inteiro só dele. Mas em compilações de artistas variados ele encaixa como uma luva!
2/5
2
Jun 24 2025
Cloud Nine
The Temptations
Um lindo presente em uma manhã chuvosa de segunda feira. Extremamente agradável e cativante. Acho que sou a minoria quando digo que prefiro as faixas mais tradicionais do som Motown nesse álbum do que as faixas mais infusas com o toque Funk. Pelo menos é a impressão que tenho lendo as reviews!
Um ótimo disco, mas não me vejo colocando ele pra rodar com alguma frequência. As faixas nele? Claro, adicionei grande parte delas na minha playlist. Mas o álbum em si, como um todo, não tem tanto valor de replay assim.
3/5
3
Jun 25 2025
Blood On The Tracks
Bob Dylan
Meu segundo disco do Dylan aqui no projeto. O primeiro que peguei, Freewheelin’, foi também o primeiro disco que peguei no projeto! Uma baita forma de começar. E lembro até hoje que minha review daquele disco foi bem pobre e econômica nas palavras; Eu simplesmente disse o óbvio, que folk não é minha pira. E realmente não é! Mas minha relação com Dylan vai além do simples gênero.
Importante dizer que imediatamente gostei mais desse disco do que do Freewheelin’. As melodias aqui me interessaram mais, e fico feliz que a gaita não me molestou tanto quanto havia feito no disco anterior. A instrumentalização é bem mais interessante, como em Idiot Wind com aquele órgão (?) noioso que acompanha os versos.
Mas por que afinal esse artista não é minha pira? A partir de uma análise pessoal percebo que eu simplesmente não valorizo o valor lírico de canções. Essa é a forma com que aprecio música, presto atenção nas melodias, nas harmonias, nos sons de maneira técnica primariamente. Deixo o lírico como o último fator que levo em consideração ao dizer se algo é ou não minha pira. E querendo ou não, o ponto crucial de Dylan são suas letras, que são, inegavelmente, brilhantes. Não vou dizer que não são. Eu ouvi esse disco lendo as letras simultaneamente, que é o jeito apropriado de ouvir Dylan. Mas… Não vou negar minha natureza.
Poderia ser um pouco mais curto. A faixa do Jack of Hearts é bem inconsequente pro álbum, na minha opinião.
2.5/5
2
Jun 26 2025
Deep Purple In Rock
Deep Purple
Enfim, um disco de Rock Bunda que não me irritou profundamente. Já em seus primeiros momentos, ele demonstra a parede cacufônica que irá envelopar o disco até seu fim. Gosto das faixas mais progressivas aqui, especialmente a Child In Time. Prima canção.
Me agradou tremendamente a percussão demonstrada aqui. Solos de bateria brilhantes. Solos de guitarra brilhantes. Os vocais angustiosos as vezes iam longe demais pro meu gosto, mas nunca chegaram em um nível AC/DC de profunda frustração.
Bem melhor do que eu esperava, especialmente considerando o título e a capa monumentalmente toscas. Bom disco que revitalizou minha fé que existem bons álbuns de Hard Rock por aí.
4/5
4
Jun 27 2025
There's No Place Like America Today
Curtis Mayfield
Bora já dizer o que todo mundo pensa. Sim, este disco é o “What’s Goin’ On” do Curtis. Pronto, podemos continuar agora. Um disco introspectivo e mais pra baixo que os maiores hits do Curtis Mayfield. Mas não tem erro, a voz dele, os temas mais conscientes, A VOZ DELE, a instrumentalização magistral de Soul, A..VOZ…DELE! Uma combinação fantástica. Um álbum curto, que te surpreende e te move e logo acaba, te deixando com uma vontade absurda de ouvi-lo novamente, sem perder tempo.
Só a canção introdutória, Billy Jack, já entrega 4 estrelas para o disco. O resto só adiciona.
4/5
4
Jun 28 2025
Tapestry
Carole King
Mesmo sem nunca ter ouvido esse álbum antes, eu o reconheci instantaneamente pela capa, o nome, e algumas de suas canções. É um disco unânime no canon musical e especialmente no que se diz respeito a década de 1970, talvez a minha favorita na história da música popular. Talvez.
Depois de o ouvir pela primeira vez tirei algumas conclusões. É um lindo disco com lindas canções, mas isso não surpreende. Carole King já era uma estimada compositora antes de gravar esse álbum, e aqui foi o momento que ela foi aclamada também como cantora.
Mas apesar de sua terna beleza e emotiva expressão, o disco deixou um pouco a desejar pra mim. Digo, seu segundo lado me deixou entediado, de certa forma. Com isso, enxergo esse álbum como desbalanceado, sendo seu primeiro lado vastamente superior e mais engajante que o segundo. A instrumentalização mostrada aqui é sútil, e a voz de Carole não é nada especial. Ela não atinge os picos vocais de uma Aretha Franklin, por exemplo. Claro, é uma comparação injusta visto que quase nenhum ser humano atinge aqueles picos, mas de qualquer forma, são esses fatores que me causaram um certo tédio chegando a reta final do disco.
Apesar dessa observação, é inegável o quão influente Tapestry realmente é. É impossível imaginar o que seria da música popular (especialmente das artistas femininas) sem este álbum. Mas mesmo assim, não é um disco que eu colocaria pra rodar com tanta frequência, com exceção de seus melhores cortes.
3.5/5
3
Jun 29 2025
Franz Ferdinand
Franz Ferdinand
Só quem é ou já visitou São Paulo capital e foi ao Milo’s Garage e cantarolou em coro com completos estranhos o riff de guitarra principal de Take Me Out sob o efeito de pelo menos 4 xeque-mates vai entender o poder magnânimo desta canção! Clássica nem começa a descrevê-la. Memórias soturnas como essa recheiam as canções desse álbum pra mim, e desta forma, acabo nutrindo um amor quase que fraternal com este CD.
Mas claro que o álbum não é só Take Me Out. Eu gosto deste disco, me remete à alguma obra perdida dos Strokes. Não os culpo por isso, todo mundo no início da década de 2000 queria ser os Strokes, Alex Turner cantou a respeito disso em 2018. De fato, às vezes acredito que Dark of the Matinee seja até mesmo uma canção superior a Take Me Out.
Instrumentalização consistente aqui, adoro as linhas de baixo, são todas salientes e se destacam bastante, com um tom icônico que demanda sua atenção. As guitarras e percussão também realizam seus papéis de forma satisfatória. Os vocais são extremamente 2004, e isso é um elogio. Sotaques britânicos e hi-pass filters...hrrnrnnn. É um som nostálgico e agridoce demais. Um disco que faz o tempo passar rapidamente, com canções boas e infectantes de capa a capa.
5/5
5
Jun 30 2025
Rhythm Nation 1814
Janet Jackson
Esquisito, errático. Essas são as palavras que eu escolhi pra descrever e resumir este álbum. Completamente estranho do começo ao fim. E não o tipo bom de estranho. Tematicamente, ele é desordenado demais. Em tese, era pra ser um álbum conceito sobre o sofrimento das pessoas nos tempos modernos e blá blá blá… Já seria um tema tosco se fosse propriamente implementado. É dissonante demais uma diva pop cantando sobre o que açoita as classes baixas, não curto. Ela definitivamente não é um Marvin Gaye. Mas, dito isso, não é como se o conceito do álbum importasse, visto que, ela completamente abandona o tema lá pela metade do disco, e começa a fazer canções mais genéricas sobre amor e separação.
A produção do disco também complementa a estranheza que senti o ouvindo nesta manhã de domingo. Algumas faixas aqui parecem que saíram de um Sega Genesis, ou de um Mastersystem, ou talvez até mesmo de um Playstation 1. Pelo que já ouvi, parece ser um tema sônico (hehe) comum para Janet, e também foi uma via sonora explorada pelo Michael em alguns dos seus álbuns posteriores. Na verdade, por este álbum ser de 1989, podemos até dizer que Janet estava levemente à frente do seu irmão mais velho nesse estilo de produção. Em alguns momentos essa estética sonora funciona muito bem, em outros não. É inconsistente.
E claro, pra completar o combo de coisas que me agravam plenamente, temos a duração inflada, e também uma quantidade absurda de interludes. Pior que já está ficando chato eu sempre reclamar de interludes, mas fazer o que?! A maioria dos álbuns que os utilizam fazem isso de forma porca. Consigo pensar sim em interludes que gosto, como por exemplo, Fitter Happier no OKC. Aquele é um bom interlude. Os daqui são inconsequentes e desnecessários, como de costume neste meio.
Em suma, um disco cansativo de se ouvir, com uma temática besta que é rapidamente abandonada, produção esquizotípica que as vezes é legal mas outras vezes não, e uma duração exagerada. Só sendo muito fã da Janet pra aguentar esse álbum inteiro do começo ao fim mais de uma vez. Dito isso, algumas canções aqui são interessantes e agradáveis, então não é como se o projeto inteiro fosse irreparável.
2/5
2
Jul 01 2025
Madman Across The Water
Elton John
Primeira vez ouvindo um disco inteiro do Elton John. Fora isso, conhecia apenas seus grandes sucessos, tal qual a primeira faixa deste álbum, Tiny Dancer.
De certo um ótimo vocalista. Uma linda voz, e minha parte favorita de suas canções são suas melodias vocais. Ele realmente plana sobre a música. É bem lindo de se ouvir e prende bem sua atenção e fica na memória. Hold me closer tiny dancerrrr .
Além dos vocais, impossível falar de Elton sem mencionar seu piano. E nesse álbum ele se destaca perfeitamente. Nunca é demais, sempre na medida certa, dando espaço suficiente pra banda e pra lírica. Tudo balanceado, como deve ser. Brilhante.
Algumas partes do disco deram uma desacelerada. Não é um álbum perfeito. Mas me deixou plenamente satisfeito.
4/5
4
Jul 02 2025
Legalize It
Peter Tosh
Sou um turista de reggae tal qual sou um turista de muitos outros gêneros. É um estilo que gosto, as vezes até bastante. Então oniciei esse álbum de maneira esperançosa, pronto para adicionar novas gemas deste ex-Wailer para minha coleção.
Mas no geral, achei este disco um pouco anêmico. Tematicamente falando, ele já deixa um pouco a desejar. Atualmente não sou um grande consumidor da ganja, mas já fui universitário me graduando em História. Não preciso dizer mais nada. Mas cantar sobre legalização é algo que acho bem entediante. Musicalmente ele não me impressionou. Claro, é reggae, não espere progressões homéricas nem nada assim, mas mesmo dentro dos confins deste gênero achei o disco parado demais. Prefiro as faixas mais ativas. Gostei de No Sympathy, por exemplo.
Reggae é reggae. Eu gosto, não tem muito erro. A instrumentalização e os vocais sempre me agradam. Difícil errar na fórmula. É de certo um gênero bem formulaico, por bem e por mal.
No todo, esperava mais. Espero que a lista ofereça seleções melhores de reggae futuramente. Por ora, 3/5
3
Jul 03 2025
Triangle
The Beau Brummels
Este disco me deixou estupefato. Boquiaberto. Não esperava isso. É uma mistura bem liberal de folk e country com elementos de rock psicodélico. A composição destas faixas é extremamente interessante para mim. Na verdade, houve momentos enquanto eu ouvia esse disco que eu tive quase que alucinações, sonhei acordado ouvindo as músicas. Fazia tempo que não presenciava uma sinestesia à esse nível.
É um álbum curto com faixas riquíssimas em textura e cor. Os vocais são Dylanescos em forma e sutura — justamente das melhores maneiras imagináveis.
Este disco é estruturalmente inusual. Parece que ele está sempre avançando a passos rudes em alguma direção específica onde o destino parece nunca chegar. Ele marcha grosseiramente. Parece que ele nunca começa. É muito, muito esquisito mesmo. Mas um esquisito bom. Vejo nisso uma qualidade incomum.
As harmonias, nas poucas vezes que elas acontecem, são bem típicas do período e bem executadas. As melodias são inteligentes. A instrumentalização é variada, produto da mescla de gêneros que mencionei anteriormente. Tudo isso dá a esse disco um ar atemporal, ele aparenta ser simultaneamente de um passado milenar e de um futuro pitoresco.
5
Jul 04 2025
Caetano Veloso
Caetano Veloso
Tropicália é um movimento que me interessa muito aqui no Brasil. Até hoje a galera sente uma nostalgia calorosa a respeito dos sons feitos durante o período. Engraçado que este é o terceiro disco brasileiro que pego na lista, e o segundo de Tropicália, então claramente os autores da lista tinham um viés específico dessa era musical brasileira. E não é à toa! É uma fusão brilhante de gêneros e algo realmente único no Brasil.
Mas, quando o assunto é discos do Caetano Veloso, existem muitos bem mais legais que este aqui. Nada contra sua estréia, mas em momentos, o disco perde um pouco do seu foco e consequentemente, você acaba perdendo também. Desta forma, não consigo dizer que este é um disco impecável, mas saiba que Caetano possui alguns assim em sua discografia.
Dito isso, as partes boas deste álbum são muito boas. Um som peculiar, incomum, e muito rico. A voz de Caetano, até aqui em sua estréia, é suave e atraente. Seu estilo lírico também é enigmático e cativante.
4/5
4
Jul 05 2025
Aftermath
The Rolling Stones
Ouvi a versão americana deste disco, pois a tracklist é mais concisa e a duração é um pouco mais curta.
Bem, Rolling Stones é uma banda que estou devendo a muito tempo uma aprofundada melhor em sua discografia. Conheço os maiores hits e já ouvi Let it Bleed. Só. Me impressionei com este álbum? Não muito. Foi basicamente o que eu esperava. De certa forma esperava até mais, sinceramente, mas não foi muito abaixo da expectativa não. Eu sabia que eles não se pareiariam com os Beatles aos meus olhos.
Algumas canções me envolveram muito, mas simultaneamente, achei algumas delas mourejantes. Sabe, aquelas faixas laboriosas que parecem nunca acabar, que conceitualmente são desagradáveis e sonoramente mais ainda. Sem muitos aspectos que a salvam a não ser a sua duração que felizmente nunca é tão longa. Ops, eu disse nunca? Pois a faixa final, Going Home, é tremendamente mourejante e terminá-la é uma tarefa quase que herculeana com sua duração magnânima de 11 minutos que mais parecem 45.
Mas, toda rosa tem seus espinhos. Que analogia imbecil, mas agora é tarde demais, não vou apagá-la. Valeria a pena comprar este álbum em 1966 nos EUA só pra ouvir Paint it Black, I Am Waiting e Under My Thumb, as três melhores faixas do disco? Sim, valeria. Mas você bem provavelmente pularia a agulha em boa parte das faixas de ambos os lados do LP. Com sorte e com o avanço tecnológico, podemos apenas salvar as boas e descartar o resto. Deixá-las naufragarem eternamente no vão moribundo da sua mente reservado para faixas inúteis e inconsequentes.
3.5/5
3
Jul 06 2025
Gunfighter Ballads And Trail Songs
Marty Robbins
Voz muito boa, e eu gosto das histórias que ele conta. Surpreendemente, é um disco bem relaxante de ouvir casualmente. Eu gosto de country assim. A instrumentalização também é muito boa, apesar de simples. Bom álbum.
4
Jul 07 2025
A Girl Called Dusty
Dusty Springfield
Completamente ok. Ela é uma ótima cantora, sua voz é realmente agradável, mas ouvindo o disco inteiro acaba ficando um pouco entediante. Mas é inofensivo. Um bom disco pra ouvir sem pensar muito. Nada demais.
3
Jul 08 2025
Blur
Blur
Um disco praticamente impecável. Mais se assemelha a um Greatest Hits do que um álbum regular. E além de tudo, um flow incrível de faixa pra faixa. Tipo de álbum que faz o tempo passar rápido, que te mantém totalmente investido de capa a capa, sem perder tempo. Até o interlude semi-instrumental Theme From Retro encaixa perfeitamente bem na ordem.
Blur têm os melhores álbuns de britpop na minha opinião. Oasis possui os melhores singles. Mas quando o assunto é fazer um disco coeso e repleto de melodias memoráveis e refrões chicletes, Blur é imbatível.
Este álbum em específico possui uma energia bipolar inigualável. Impossível ficar parado ouvindo faixas como Beetlebum, Song 2, On Your Own, que fazem parte do seu primeiro lado, mais animado e mânico.
Após o Interlude Theme From Retro se inicia o segundo lado do álbum, com faixas mais introspectivas, e algumas baladas maravilhosas, capazes de arrancar lágrimas, como Strange News From Another Star. E não posso deixar de mencionar minha canção favorita do disco, Death Of A Party, uma vibe que me lembra bastante Crawling Up The Walls do Ok Computer. Impecável!
Meu centésimo álbum! Só mais 900 e poucos...
5/5
5
Jul 09 2025
The Good, The Bad & The Queen
The Good, The Bad & The Queen
Ainda me lembro de quando achei este álbum aleatoriamente durante minha adolescência, através de uma recomendação no YouTube. Eu estava em uma fase de obsessão ao redor de tudo que tinha a mão do Damon Albarn. Hoje, essa fase obsessora já passou, mas uns resquícios permanecem. O amor por este disco é um desses resquícios.
Instrumentalmente é um álbum fantástico. O talento de todos os músicos transparece brilhantemente nestas canções, especialmente na percussão de Tony Allen. A estética sonora desse álbum me agrada muito, gosto do som viscoso, bem 2007iano. Os vocais do Damon são meus favoritos de qualquer álbum dele. O liricismo melancólico a respeito do mundo Briton. Perfeito para um jovem diletante que habita o noroeste paulista!! XD
Não vejo defeitos nesse álbum. Vejo nele um valor de replay praticamente infinito.
5
Jul 10 2025
american dream
LCD Soundsystem
Gerei e ouvi este disco enquanto visitava a cidade mais feia e pungente de SP, Guarulhos. Acho importante adicionar este prefácio pois certamente isso impactou minha percepção do álbum. Antes dele, já havia ouvido outros albuns do LCD Soundsystem, como Sound of Silver e This Is Happening. É uma banda que eu gosto, certamente. E este disco me lembrou bastante os que mencionei, mas ele nunca atingiu os mesmos picos.
Gosto da estética sonora deste álbum. Sim, as canções são longas e nem tão progressivas assim, mas eu admiro os universos que elas criam e habitam. Sim, os vocais são, em parte, anêmicos e quase desinteressados, mas eu admiro a leveza no canto de Murphy. O que quero dizer é que o que muitos apontam como falhas e fraquezas deste disco, são justamente os aspectos dele que me puxaram mais a fundo. Caminhar nesta cidade agonizantemente horrível ouvindo essas faixas antemicas e repetitivas é lindo.
Fascinantemente, o que mais me desagrada neste disco é o que ele oferece fora do âmbito sonoro. Quero dizer, o seu título e a sua capa me dão arrepios de tão toscos que são. Além disso, odeio o fato que todas as canções têm títulos em caixa baixa. Pra quê? Coisa feia. E admito que mesmo gostando da monotonia de algumas faixas, o disco como um todo poderia ter sido um pouco mais curto.
Mas mesmo assim, é um álbum que ouvirei mais vezes..gostei.
4/5
4
Jul 11 2025
Doolittle
Pixies
Meu álbum favorito dos Pixies. Muitos hits e os deep cuts são fascinantes também. Adoro o minimalismo desse disco, ele engloba bem o que foi o Alt Rock dos anos 90, com os versos quietos e os refrões noiosos. Clássico, obrigatório no repertório de todo diletante
5/5
5
Jul 12 2025
Endtroducing.....
DJ Shadow
Fantastico. Álbum lindo do início ao fim. É impressionante que este disco é composto inteiramente por samples. Ele faz um matrimônio exemplar entre o passado e o presente (que agora, quase 30 anos depois, também é o passado). É tudo em ótimo gosto e em ótima forma. Cada instrumento, cada chop vocal, tudo encaixa perfeitamente. Disco atemporal e infinito. Inesquecível. Perfeito para todo estado de vida, e toda tarefa. Como acompanhamento ou como prato principal. Perfeito. Top 10 até então na minha lista.
5
Jul 13 2025
Ten
Pearl Jam
Eu até gosto em curtas medidas. Mas não acho fácil aguentar um álbum inteiro não. Acaba ficando monótono. Mas as partes boas são realmente muito boas.
3.5
3
Jul 14 2025
Otis Blue/Otis Redding Sings Soul
Otis Redding
A voz dele é linda e a instrumentalização é boa, mas o álbum em si é monótono. Quando o ouvi, ele passou como um sopro, e me deixou levíssimas impressões. Facilmente esquecível.
2.5
2
Jul 15 2025
Juju
Siouxsie And The Banshees
A voz da Siouxsie massageia o meu cérebro. Ela tem esse poder como vocalista, seu timbre e suas vocalizações quase que tribais me deixam embriagado. No more second rate-- MOVIES.
O resto da banda também realizam seus respectivos papéis na construção deste disco sombrio e melancólico. A percussão e o baixo, como de costume nessa banda, são os destaques neste álbum. Álbum esse que eu considero o meu favorito do grupo.
Mas, apesar de tudo, vejo este disco como levemente desbalanceado. Suas duas metades são bem diferentes uma da outra, com a primeira metade possuindo canções mais orientadas ao pop, enquanto sua segunda metade possui algumas composições mais destemidas. Infelizmente, pra mim, a segunda parte acaba se perdendo um pouco. Mas assim que o álbum termina, você sente uma compulsão forte de ouvi-lo novamente. Ainda mais com a massagem vocal de Siouxsie.
4.5/5
4
Jul 16 2025
Definitely Maybe
Oasis
Oasis foi um grupo monumental. Todo mundo sabe disso. Eu particularmente adoro britpop e tenho um fascínio imenso por esta banda. Esse álbum junto do seu sucessor, Morning Glory, são sem dúvida alguns dos discos mais fantásticos da década de 1990. Eu escrevi em uma outra resenha minha opinião a respeito do debate de Oasis x Blur. Só pra relembrar, eu havia escrito que Oasis tem as melhores canções e os melhores singles, mas Blur possui os melhores álbuns. E não existe lugar melhor para evidenciar este meu ponto do que aqui, no disco de estréia deles.
Muitas faixas daqui são absolutamente sensacionais. Supersonic é minha favorita não só da banda mas de todo movimento britpop, mas além dela, temos Slide Away, Live Forever, Married With Children, Cigarettes & Alcohol… Várias pedradas. O fator que mais me pega nessas canções é o quanto elas grudam na cabeça, o quão memoráveis elas realmente são, e o quanto, ao ouvi-las, temos a impulsão quase sobrenatural de berrar suas letras em coro. Por isso considero as pessoas que conseguiram ir ao show de reunião deles bem sortudo, deve ser uma experiência inigualável cantar o refrão de Slide Away ou de Supersonic junto de milhares de pessoas.
Dito isso, não consigo dar uma nota perfeita para este álbum. Retornando ao meu velho mantra britpopiano, Oasis têm as melhores canções e Blur têm os melhores álbuns. Sempre gosto de dizer que Supersonic sozinha é melhor que qualquer canção do Blur, mas Modern Life is Rubbish é melhor do que todos os discos do Oasis juntos. A experiência de ouvir um disco do Oasis de capa a capa é, muitas vezes, frustrante. Algumas de suas canções acabam por se estender por muito tempo, com demasiadas repetições. E mesmo que eu adore as vozes de Noel e Liam, não há como negar que eles possuem um tom monótono, algo que funciona incrivelmente bem quando se ouve suas canções em isolamento, mas que no decorrer de 52 minutos seguidos, pode acabar ficando desagradavel. E para além dos vocais, a instrumentalização da banda possui aquela estética “muddy”, lamacenta, que é obviamente intencional mas que no decorrer de um álbum completo, fica perto de esgotar nossa paciência.
Definitely Maybe sofre um pouco com filler, algumas canções aqui são inconsequentes, este álbum poderia ter sido encurtado lá pra casa dos 40-45 minutos e teria sido vastamente mais agradável de ouvi-lo. Felizmente, seu sucessor Morning Glory não sofre tanto com este problema e acredito que ele seja superior por isso.
4/5
4
Jul 17 2025
Live 1966 (The Royal Albert Hall Concert)
Bob Dylan
A primeira vez na vida que me senti estuprado por um disco. A primeira faixa assaltou meus ouvidos com tamanha agressividade que chegou a me dar calafrios. E de lá, o abuso sonoro continuou. Quando olhei para a duração do disco para estimar se conseguiria sobreviver até o fim do espancamento, minha pressão baixou. Uma hora e meia! Pela primeira vez até então eu senti vontade de desistir de ouvir um álbum desta lista até o final, isso ainda na terceira faixa. Mas decidi manter a perseverança. Não pelo Dylan, mas por mim mesmo, que quero dizer, no final de toda a lista, que ouvi todos os seus respectivos discos até o fim, independente do quão agonizante fosse a experiência.
E sim, é agonizante ouvir este álbum. É um disco torturante, ao menos pra mim. A sonoridade me machuca muito. O mais óbvio, e o que todo mundo aponta, é essa gaita que o Bob Dylan ama usar em suas canções. Geralmente, nos seus discos de estúdio, ela já me irrita mas não passa disso, uma irritação, e em algumas faixas, eu até a aprecio. Mas neste disco aqui, talvez por ele ser ao vivo, a gaita deixou de ser uma leve irritação e virou um verdadeiro abuso sexual. Além disso, temos também sons da platéia, algo típico e esperado em álbuns gravados ao vivo, mas neste disco os sons são estupidamente agravantes. Dor física mesmo.
Para além das condições técnicas da gravação, a voz do Bob Dylan nunca soou tão esdrúxula pra mim quanto aqui. Esse já é o terceiro LP dele que pego na lista. Os outros dois foram o Freewheelin’ e o Blood On The Tracks. Então eu já sabia o que esperar da forma com que Dylan empregaria seus vocais, mas mesmo assim, fiquei impressionado com a forma bêbada que ele carrega suas palavras aqui, muito mais do que nos dois discos de estúdio que já ouvi até então. Combinado com a sequíssima instrumentalização (na segunda metade do álbum uma banda entra em jogo, o que acaba melhorando o disco mas não muda minha percepção geral, apenas salvou o álbum de meia estrela pra uma estrela), a gaita perfurante e noiosa, os sons da platéia, a duração tortuosamente longa, temos aqui de fato um disco terrível. Ainda aguardo um momento mágico, tal qual um relâmpago, onde de uma vez só todo o trabalho de Bob Dylan vai clicar para mim simultaneamente, e eu me tornarei um fã da noite pro dia. Mas até agora, esse momento parece sim estar extremamente distante. Álbum interminável e doloroso.
1/5
1
Jul 18 2025
Siembra
Willie Colón & Rubén Blades
Foi um disco agradável, mas pra mim, ele se tornou som ambiente logo na segunda faixa. Dali pra frente, o álbum falhou em capturar minha atenção novamente.
De certo, é um gênero animado. Músicas para festas. Como eu havia dito, é agradável. Todos os seus elementos são bem feitos e produzidos. Não há nada aqui para reclamar. A não ser pelo fato que eu não senti absolutamente nada ouvindo essas canções. São dançáveis, não irei negar. Mas eu escolheria uma trilha sonora diferente para minhas festas.
2/5
2
Jul 19 2025
At Folsom Prison
Johnny Cash
Magnânimo. Não sou fã de álbuns gravados ao vivo, mas este aqui é outra coisa. É outro mundo. É o molde que todo outro disco assim deveria seguir. Neste álbum, a platéia é basicamente mais um instrumento da orquestra. E as interações de Cash com a platéia vende completamente o LP, essas interações são engraçadas e elas transbordam carisma. O homem conquista e envolve a multidão de forma leve e jocosa.
Não é difícil se imaginar ali no meio, sendo um dos detentos, ouvindo estas lindas canções performadas tão perfeitamente, às vezes ornamentadas por algum anúncio no PA de um guarda. A voz de Johnny Cash se assemelha a voz de um anjo, as letras são profundas e contam histórias fascinantes e envolventes. A banda não falha em um único momento. E olha só Bob Dylan, uma gaita que não nos estupra!!
Aqui temos, sem dúvida, o suprassumo do Country. Um disco obrigatório na coleção de todo mundo, e um que se deve ouvir de acordo com as temporadas, de vez em quando, com moderação para que, toda vez que você o ouça, você ainda seja pego de surpresa tanto pela beleza das faixas quanto pelas colocações inesperadas de Johnny. Ótimo!
5/5
5
Jul 20 2025
Trout Mask Replica
Captain Beefheart & His Magic Band
A reputação deste disco o precede. Se você já visitou qualquer lugar no mundo que discute música, você já viu discussões a respeito deste álbum e você curiosamente foi lá o ouvir. Aí existem duas casas bem diferentes e separadas, a das pessoas que tiraram o disco ainda na primeira faixa, e os insanos que decidiram perseverar até o final dessa jornada homérica. Felizmente, eu me encontro na segunda casa. Mas mesmo assim, devo ter ouvido esse álbum apenas uma vez na vida, antes de agora.
Hoje em dia, ao ouvir este disco, acredito que a maioria das pessoas acham que existe algum aspecto misterioso, um fantasma, um espírito, que está passando despercebido por seus sensos. E que assim que ele finalmente for sentido, o disco ‘clicará’ e você passará a gostar dele. Assim como pessoas famosas como Matt Groening vão dizer. Mas não é bem assim. Não tem nada aqui a ser entendido. Esse disco é o que é, e ou ele te agrada ou não. É algo genético, parece estar no DNA da pessoa… Eu brinco, mas provavelmente tem a ver com a sua relação com a criatividade como um todo. Se essa relação é positiva, neutra, ou negativa. Isso e com o “status-quo” do que se é esperado de um álbum musical de Rock.
E o que ele é? Uma coleção inacreditável de músicos infinitamente talentosos sendo forçados a memorizar e tocar composições infinitamente complexas. Evidentemente, a energia vital psicodélica do fim da década de 1960 teve um dedo verde na produção do que ouvimos aqui, mesmo que as mentes por trás da obra neguem isso. Com todo esse talento exposto, você talvez coce a cabeça pensando em como eles chegaram a ISSO. Não é música para todos. E infelizmente temos esta percepção acerca de arte, onde se é esperado que pra algo ser verdadeiramente bom, precise ser totalmente acessível e agradável a todos os ouvidos, ou olhos… mentes. É tudo subjetivo… It's all in the mind.
Eu tiro daqui um proveito imenso. A instrumentalização polirrítmica viaja e vai muito longe, criam-se muralhas de som impenetráveis, este disco está verdadeiramente vivo. Gosto quando os instrumentos de sopro parecem gritar, suplicando socorro. Os vocais são embriagados e as letras vão longe. Algumas das faixas deste álbum são gravadas em campo, algo que eu não particularmente gosto. Novamente, a instrumentalização do álbum é fantástica e o contraste com os vocais dessincronizados é alarmante demais. Captura sua atenção e te faz de refém, assim como os músicos foram feitos de refém para gravarem tudo isso.
Algumas canções conseguem se transvestir de música popular, como em Ella Guru ou Moonlight On Vermont, ou talvez em My Human Gets Me Blues. Se você verdadeiramente odeia as faixas mais experimentais, pode experimentar só essas. Mas você estaria perdendo a jornada de ouvir este disco de capa a capa. Poucos LPs possuem essa capacidade de te fazer esquecer como música popular soa. E este é um daqueles discos que é, de fato, bem longo, mas sua duração é um de seus pontos fortes, ao meu ver, pois você verdadeiramente se perde dentro dele.
Acho importante mencionar a influência que este disco teve nas diferentes vertentes do Rock experimental. Claro, esta obra específica é bem avant-garde, mas ainda assim inspirou gêneros mais concretos, como o Punk e Metal.
Enfim, definitivamente é um disco que você DEVE ouvir antes de morrer. Disso não há dúvidas. Se você vai o amar ou o odiar depende de uma infinidade de fatores incompreensíveis. Então apenas ouça e tire sua conclusão.
5/5
5
Jul 21 2025
Doggystyle
Snoop Dogg
Achei que ia detestar este álbum, mas foi uma agradável surpresa. Os beats são ótimos, como de se esperar dessa era de G-Funk produzida pelo Dr. Dre, e os flows do Snoop são ótimos. Entendo que muita gente critica suas letras, mas eu particularmente nunca liguei pra liricismo em música. É a última coisa que me importo. Os instrumentais são ótimos e os flows são impressionantes. É difícil ficar parado ouvindo esses versos.
O disco sofre dos mesmos problemas que já são notórios em todo álbum de Rap dos anos 1990. Duração exacerbada (apesar que esse não é tão ruim assim nesse ponto, mas mesmo assim poderia ser encurtado um pouco), excesso de features, e os interludes irritantes. Por sorte, nesse álbum os interludes não são tão agravantes assim, são curtos e fáceis de ignorar, mas me irrita que eles estão mesclados junto das canções, o que deixa mais difícil pulá-los e faz com que você não consiga em sã consciência adicionar essas faixas á suas playlists.
Mas ao todo, é um disco decente. Divertido de ouvir e mexer a cabeça sem pensar muito. Esse e College Dropout do Kanye são os dois melhores discos de Rap que gerei até agora na lista.
3.5/5
3
Jul 22 2025
Out Of The Blue
Electric Light Orchestra
Provavelmente a banda mais Beatles que já Bítou desde os Beatles. Claro, a influência dos Beatles no mundo da música popular é incalculavelmente extensa, mas aqui, eles a tatuam no corpo. É clara, é óbvia, a ponto que muitas vezes quem não é iniciado acaba confundindo as músicas do ELO com as do Fab Four. Dessa maneira, eu interpreto esse álbum como um Beatles sob efeito de esteróides. Tudo aqui é maximalista, os vocais, os corais, as harmonias, e o mais suplicante de tudo, as strings! Essas strings… Meu Deus, essa banda tem Orchestra no nome e não é à toa!
Agora, se tudo isso te agrada ou não, é inteiramente subjetivo. Eu gosto, pois amo Beatles, e por mais que eu seja amante árduo de minimalismo em música, um maximalismo também faz cócegas nos meus ouvidos. Vejo muita gente que odeia o quão “super-produzido” as canções aqui são, e o quão exageradas são as temáticas. Tudo isso transpira nesse álbum, até mesmo na sua duração. É um álbum longo, um verdadeiro empreendimento. Ao meu ver, cada lado tem uma temática específica, e apesar de tudo, sonicamente, ele mantém uma consistência admirável.
O maior exemplo de sua total ambição criativa está no contraste entre uma canção como Mr. Blue Sky e The Whale. A progressão instrumental que a banda é capaz é eletrizante. Por isso digo que parece que o álbum está sob anabolizantes, esteróides, bomba mesmo. É uma expressão artística riquíssima e fascinante, mas que pode sim se tornar irritante para algumas pessoas. Vai do seu ouvido e do seu paladar sonoro! Eu gosto, mas poderia gostar mais. Algumas canções chegaram a me irritar um pouco com suas extravagâncias. Mas nada demais, ouviria milhares de vezes esse álbum e certamente sempre me atentaria á alguma coisa nova. Lindo e mirabolante!
4.5/5
4
Jul 23 2025
Arc Of A Diver
Steve Winwood
Um disco simples e previsível de Rock de Yatch. Deve ser um acompanhante maravilhoso pra uma tarde de verão jogando golfe com seus sócios e amigos. Não é meu caso. Pra mim, é apenas um álbum levemente entediante, mas ultimamente inofensivo. Este disco exala aquela aura tosca da década de 1980, bem decadente, sem vergonha nenhuma, com esses sintetizadores baratos e os vocais melodramáticos com letras completamente vápidas sobre qualquer coisa.
Steve Winwood tem uma bela voz, ele canta bem, e eu suponho que ele possa compor canções melhores que as daqui. Um disco curto e inconsequente. Certamente você não precisa ouvir ele antes de morrer. Mas não me feriu nem me traumatizou como alguns outros da lista. Não foi uma total perda de tempo, ao menos.
2.5/5
2
Jul 24 2025
Black Sabbath
Black Sabbath
Definitivamente um dos meus discos favoritos da década de 1970. Isso vindo de alguém que nem é fã de Metal. Mas não há nada pra criticar neste disco, do começo ao fim. Ele é verdadeiramente impecavel, e pra mim, o melhor trabalho da banda. Eu acho fantástico que este LP tenha sido gravado em um único dia, como a banda costuma relatar. Esse tipo de criatividade espontânea transparece claramente nas faixas. Os riffs são antêmicos, os breakdowns são inigualáveis. Os vocais de Ozzy, Deus o tenha, são incomparáveis.
É magnânima a energia vital das canções daqui. Acredito que todo mundo lembra onde estava a primeira vez que ouviu a faixa titular, Black Sabbath. Esta canção conta uma história verdadeiramente horripilante, e possui uma aura tenebrosa que causa verdadeiro horror. A primeira vez que eu a ouvi, eu estava na casa de um primo, era noite, e eu estava na faixa dos 9 anos de idade. Como esquecer? Eu nunca tinha ouvido nada como aquilo na vida. O som envelopava a minha mente juvenil. O hi-fi do meu primo não era pouca coisa – ele era músico – então o primeiro lick foi um legítimo susto, eu pulei no momento. Depois me sentei no tapete macio e viajei naquilo. Hoje, viajei novamente ouvindo tudo de novo. A vida é realmente linda.
Hoje, minha faixa favorita é N.I.B. Acredito que ela evidencia um aspecto que eu amo da era Ozzy do Black Sabbath. Os primeiros álbuns da banda possuem um aspecto esfumaçado em sua produção. Não sei explicar muito bem em termos técnicos, mas gosto de pensar que eles foram gravados dentro de uma bota. A fidelidade realmente não está lá, e quer saber, eu gosto assim. Não consigo imaginar essas canções de outra maneira. As faixas têm cheiro de cigarro e gosto de uísque, não podia ser de outro jeito. A voz do Ozzy é distante mas seus suplícios são sentidos internamente. A qualidade sonora atravessa o meio que foi gravado. Transcende, devo dizer.
Defeitos? Nenhum. Nenhum mesmo. É um disco impecável, como eu havia dito. Acredito que no mundo existem cerca de 12 álbuns realmente perfeitos, e este é um deles. Obrigado a todos que leram. Tenham um ótimo dia e uma ótima vida. Your love for me has just got to be real.
5/5
5
Jul 25 2025
Ctrl
SZA
Não esperava que eu fosse gostar deste álbum. Pensando sobre, estava tudo alinhado pra eu não gostar dele, é um álbum de R&B feminino da década de 2010. O último disco assim que peguei foi um da Solange e eu detestei-o, uma das menores notas que dei até agora. Então comecei a ouvir este álbum bem cético, mas já na primeira faixa percebi que seria diferente.
O que aconteceu que fez eu gostar desse disco? Justamente o fato que ele foi pensado como um álbum. A coesão entre as faixas, a duração temperada, a consistência na produção e na performance da SZA, a moderação nos features… São todos fatores que fazem muita falta em outros álbuns da década de 2010 e 2020. Fico feliz de ouvir uma artista contemporânea que ainda entende a arte de fazer um álbum verdadeiramente bom.
Além disso, lendo o artigo da Wikipedia sobre Ctrl, notei outro detalhe importante que auxiliou no meu agrado das canções aqui. “The album's recording process was described as being analog and featured the unplugging and re-plugging of wires in order to create the desired sound.”. Produção analógica, isso faz toda a diferença no som!
Claro que, liricamente, é difícil pra mim relatar com o que ela canta. Eu não tenho os mesmos problemas dela, como precisar dividir um homem com outra mulher. Mas apesar disso, eu sinto a paixão na voz dela, ela é uma cantora maravilhosa. E já elogiei a produção do disco, é impecável. Já falei em outra review que não me importo muito com conteúdo lírico, e isso me ajuda a dar uma nota maior para este álbum.
Curiosamente, a única parte que me incomodou nesse álbum foi o feature do Kendrick Lamar, achei bem fraco e irritante o verso dele, estragou aquela faixa.
4/5
4
Jul 26 2025
C'est Chic
CHIC
Gostei mais deste disco do que do outro do Chic, o Good Times. Essa é uma banda com uma instrumentalização fantástica, principalmente o baixo. Suas músicas realmente te movimentam na sua essência. Os vocais, e as composições no todo, são bem repetitivas, mas isso é de esperar de um álbum de Disco. O gênero é baseado nisso. Mas ele cumpre magistralmente o seu papel de fazer você se mexer, dançar. O segundo lado não é tão engajante quanto o primeiro.
3.5/5
3
Jul 27 2025
The Beach Boys Today!
The Beach Boys
Ótimo disco. Bem confortável. É simples, porém, é muito bem feito. As harmonias são muito agradáveis, as vozes são lindas, as letras são banais, claro, mas não vejo muito problema nisso. Ainda é gostosinho de ouvir e se imaginar nos anos 60 tomando um milk-shake com uma mulher de cabelos escuros e lindos olhos. Fica claro que Beach Boys é sobre isso, uma obsessão sobrenatural com garotas e com a curtição de prazeres simples e momentâneos. E eu apoio a causa.
Gostei de todas as faixas, mas admito que o álbum falta algo. Um elemento inominável mas que está ausente aqui. Acho que anos lendo discussões a respeito de uma suposta competição entre Beatles e Beach Boys acabou por distorcer minha visão dessa banda e do trabalho deles. Uma pena! Mas um ótimo disco de qualquer maneira, e eu gostei muito da faixa final do álbum, que não é uma canção mas sim um áudio vérité da banda no estúdio, comendo hambúrgueres e discutindo sobre uma turnê, e a forma com que Brian nunca cometeu um erro na carreira. Brilhante.
4/5
4
Jul 28 2025
Either Or
Elliott Smith
Um lindo disco que já foi trilha sonora de lindos momentos na vida de muita gente, incluindo a minha. É difícil pra mim desvincular a imagem dele do filme Good Will Hunting, por exemplo. É um álbum bem cinemático mesmo, muito fácil sonhar acordado enquanto o ouve, pensar em cenários impossíveis, em memórias agridoces, em rostos deformados pela indiferença. Um LP para sonhadores e amantes.
Logo de cara, você é pego de surpresa pelas composições minimalistas e pelos vocais íntimos. Ouvir este álbum no escuro faz parecer que o Elliot está no quarto comigo. Err. Sem maldade. Gosto muito da percussão, e as canções climáticas como 2:45 AM e Cupid’s Trick são incrivelmente satisfatórias.
Fico perto de deduzir meia estrela da nota final por conta de uma certa monotonia que te ataca bem no meio do disco. O início e o fim deles são brilhantes, catalogados pela incrível combinação de abertura Speed Trials -> Alameda -> Ballad of Big Nothing -> Between The Bars. Seu final também é grandioso com Angeles -> Cupid’s Trick -> 2:45 AM -> Say Yes. Mas, o que se encontra no meio pode ficar na mesmisse. São lindas faixas e maravilhosas canções, porém, elas não impressionam tanto quanto as sequências de início e fim. Mas, sendo bem justo, é impossível deduzir qualquer fração da nota dessa obra só por conta disso! E não serei injusto com esse álbum tão belo, importante, e influente.
5/5
5
Jul 29 2025
Odessey And Oracle
The Zombies
Clichê. Essa palavra que eu escolheria pra descrever este álbum. Mas eu não a vejo como sendo inerentemente pejorativa. Pelo contrário, eu tenho um certo carinho por clichês. E este disco é inegavelmente um grande clichê do que se espera de um LP de Rock da década de 1960. Se fizer uma cartela de bingo de tudo que a década de 1960 foi famosa por produzir no âmbito da música popular, esse álbum iria gabaritar a cartela.
Logo, acho que é fácil ver que o seu aproveitamento dessas canções depende muito do quanto você gosta da década de 1960 e do seu som. Eu, particularmente, tenho a década de 60 como uma das minhas favoritas, logo, eu adorei este disco, de capa a capa. Gostei de todas as faixas, e achei maravilhosas as composições e os vocais daqui. Certamente este disco merece mais atenção, visto que apenas uma faixa dele é reconhecida popularmente.
Não vejo defeito nenhum neste disco. Entrega demais, sem frear em momento algum.
5/5
5
Jul 30 2025
You Want It Darker
Leonard Cohen
Fúnebre demais. É o terceiro disco do Cohen que eu peguei na lista, e esse foi de longe o mais difícil de digerir até então. Lendo a respeito da sua criação é fácil ver o porquê. O homem estava basicamente na beira da morte. Acho que é óbvia a comparação com o Blackstar do Bowie, mas prefiro muito mais aquele disco do que esse. Comparação injusta, talvez.
A voz dele aqui é inigualável. Chega a arrepiar consistentemente. As composições são básicas, minimalistas, o que não me agrada tanto assim. Este é, de fato, o estilo dele. Mas o disco dele que mais gostei até então foi o I’m Your Man, que possui uma sonoridade e uma produção bem mais ousada e eclética do que este atual. Por isso irei dar uma nota levemente mais baixa do que aquele.
Mas só porque preferi outra obra do Cohen acima desta não quer dizer que eu vá desmerecer completamente o trabalho colocado aqui. É um disco incrível, mas ele é, como eu já disse, difícil de digerir e baixo astral demais. Não consigo me ver ouvindo este álbum novamente do início ao fim, mas as faixas que salvei dele vão me deliciar muito ainda daqui pra frente.
4/5
4
Jul 31 2025
Bridge Over Troubled Water
Simon & Garfunkel
Vejo esse álbum de maneira um pouco deslocada. Ele foi lançado em 1970, mas por algum motivo, em minha mente, eu não o coloco na década de 1970 e nem na de 1960, mas sim na de 1980! Ainda não consigo explicar muito bem o porquê… A única exceção á isso em meus olhos é a faixa Baby Driver que têm uma pegada inegavelmente anos 60.
Enfim, um disco lindo. A voz aveludada de Garfunkel mesclada com a produção temperada no ponto certo são uma combinação suprema. Consigo ver porque este disco foi, por um tempo, o LP mais vendido do mundo. Ele realmente te abraça e te envolve de forma completa.
Mas, surpreendentemente, eu não sinto nada demais ouvindo a faixa inicial e titular do álbum, Bridge Over Troubled Water. Sempre leio a galera abençoando esta canção, falando que mudou suas respectivas vidas e tudo mais. Me sinto um pouco estranho tendo ela como a minha menos favorita de todo o álbum… Também não gosto da faixa que vêm logo depois dela. Mas de Cecília adiante eu gostei de quase todas as canções do resto do disco. Preciso ouvir as outras obras dessa dupla magnânima!
4/5
4
Aug 01 2025
No Sleep 'Til Hammersmith (Live)
Motörhead
Agressivamente okay. Não tenho muito o que dizer. Não conheço tão bem assim esta banda, só os seus maiores hits. Por um lado, achei a sonoridade do disco bem impressionante considerando ser um álbum ao vivo. E simultaneamente, não achei as canções tão bundas quanto esperado do gênero. Mas admito que Rock mais pesado não é minha pira, salvo raras exceções.
Acho que poderiam ter deixado Ace of Spades para um ponto mais avançado da tracklist. Foram um pouco prematuros abrindo o concerto com a canção que a maioria das pessoas concordam ser a melhor que a banda fez. Parece que o resto do disco eles estão tentando freneticamente alcançar aquele mesmo pico, em vão.
Mas é um álbum bom. Me encontrei balançando a cabeça o tempo todo. A voz desse vocalista é sensacional e casa muito bem com os riffs energéticos e dilacerantes. Não sei se eles possuem um álbum de estúdio aqui na lista, mas eu espero que sim, pois creio que iria gostar de ver o studio output deles!
3/5
3
Aug 02 2025
Come Away With Me
Norah Jones
Música de fundo do começo ao fim, ao meu ver. Tudo aqui é agradável, os vocais são gostosos, a instrumentalização é competente, os arranjos são caprichosos, mas o álbum nunca ascende para além do adequado. Nada de errado com isso, te digo isso agora, não vejo problema em um álbum ser apenas agradável e relaxante. Mas o problema é colocar um disco assim em uma lista de álbuns que você deve ouvir.
No meu sistema de rating, álbuns como esse que passam batidos, despercebidos, sem fazer bagunça, e logo caem no esquecimento por não me puxarem pra dentro em momento algum merecem duas estrelas. Menos que isso, reservo apenas para álbuns que me desagradam de forma ativa.
2/5
2